SOS liderança
Exigimos números e resultados. Todavia, lucramos verdadeiramente quando damos oportunidade à vulnerabilidade, empatia e envolvimento. É nesta liderança responsável que reside a sustentabilidade.
A sociedade atual reconhece a importância do papel da liderança enquanto aspeto central na compreensão das diferentes dimensões que a compõem, sempre com o propósito de entender “como a atuação de cada um poderá impactar os acontecimentos que marcam a nossa atualidade?”
Reconhecendo a importância que essa análise possui, destaco a liderança no mundo empresarial. É verdade que esta temática tem sido espelhada nas estratégias das pequenas, médias e grandes empresas, maioritariamente associadas aos critérios de ESG. Mas, até que ponto as ferramentas até aqui utilizadas têm sido as mais eficazes?
Para tal, tomemos a humanização, sustentada acima de tudo na comunicação, como o ponto de partida. O que são os líderes senão comunicadores?
A verdade é que o mercado de trabalho é altamente competitivo. Exigimos números e resultados. Todavia, lucramos verdadeiramente quando damos oportunidade à vulnerabilidade, empatia e envolvimento. Isto permite-nos motivar as equipas, até porque, é nesta liderança responsável que reside a sustentabilidade das empresas.
Por outro lado, é preciso perceber que, mais do que a concorrência, a maior ameaça às empresas vem de dentro da organização: quando o burnout e ansiedade se tornam indispensáveis à sua sobrevivência. Significa isto que devemos assumir o compromisso e a entrega de know-how. Para que tal aconteça é necessário altruísmo, respeito, humildade, autorreflexão e acima de tudo comunicação.
Romper o ciclo vicioso! Quero com isto dizer que a aproximação humana é o fio condutor estratégico da liderança – através do diálogo, da desmistificação do líder-chefe, de projetos em que as equipas se sintam envolvidas. Compreender e criar empatia junto das pessoas e, acima de tudo, do bem-estar e saúde mental dos colaboradores. Devemos prezar pela humanização da comunicação evidenciando onde, neste contexto, se destaca a promoção do diálogo. A liderança de hoje precisa de mais proximidade, ser dotada de competências que prometam uma maior estabilidade.
É preciso quebrar preconceitos. Não há uma bíblia de liderança, e a verdade é que os líderes são deixados à sua própria vontade no que diz respeito aos modelos de gestão. Por outras palavras, é preciso ser-se mais sofisticado, investir em competição como um elemento potenciador das lideranças e do seu crescimento. Nesta, que é também uma guerra pelo talento, a coopetition pode ser uma ferramenta que irá promover a colaboração das equipas, nomeadamente através de uma maior recetividade nos projetos e sinergias com parceiros e concorrentes.
As nossas empresas já não competem somente num mercado local. À medida que o mundo se complexifica, a essência da liderança moderna ressoa profundamente com as transformações que moldam as nossas sociedades. Neste paradigma, trata-se de capacitar. Liderar não é sobre um cargo, mas sobre uma qualidade – uma evolução necessária. Falo, portanto, em soft skills, que permitem verdadeiramente a elevação dos negócios e criação de valores dentro das organizações.
Especialmente em períodos de instabilidade económica e social, como o que hoje vivemos, é preciso investir numa espécie de salário emocional, que permita às lideranças cultivar um terreno fértil de crescimento. É precisamente esta capacitação da gestão/liderança que permite a ligação emocional, através da qual os colaboradores sentem que fazem parte de um propósito comum, que têm um percurso dentro da empresa, o que permitirá a longo prazo uma maior atração e retenção de talento.
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