Sou suspeita, mas… aqui fica a inevitável homenagem aos nossos Lobos

  • Filipa Nascimento
  • 11 Outubro 2023

No rugby não se diz mal do árbitro, nem do adversário, nem de jogador nenhum. Fosse assim a vida. Não há um herói: há vários. São todos, na verdade. Nenhuma jogada é toda de alguém.

Não sou especialista em rugby, nem em nenhum desporto, para dizer a verdade. E sou suspeita porque os meus dois filhos jogam rugby desde pequenos e este é um desporto que lhes tem ensinado, a eles e a mim, muito mais do que eu poderia esperar. Mas vamos por partes.

Sobre a nossa seleção.

É uma seleção amadora, os jogadores têm, na sua maioria, as suas profissões e o tempo que dedicam ao desporto é “roubado” às suas famílias e aos seus amigos. Porque rugby não é futebol, esta equipa depende essencialmente dela própria e de alguns patrocinadores (também eles adeptos) para subsistir.

É assim neste contexto que os Lobos fazem o seu caminho até ao Mundial. O Resto foi o que se viu: garra, entrega, espírito de equipa, resistência e… muita “pancada” num desporto que mistura de forma singular a força física e o cavalheirismo. (Veja-se a visita do treinador da seleção das Fiji ao Balneário Português). E Portugal fez história.

Sobre o rugby

É um desporto de gíria francesa, de regras complexas e de atletas “gigantes”, onde a disciplina e a interajuda são chave.

No rugby os árbitros explicam, pedem segunda opinião, admitem erros e, imagine-se, tratam muitas vezes os jogadores por “Senhor”. No rugby não se diz mal do árbitro, nem do adversário, nem de jogador nenhum. Fosse assim a vida

No rugby as jogadas são construídas metro a metro, passo a passo, por equipas que se empurram para a frente até ao ensaio ou “try”, que tem este nome porque inicialmente só a conversão marcava pontos. Até aqui vemos a humildade que rege este desporto: o enorme esforço de toda a equipa resulta, numa primeira instância, num ensaio ou tentativa de concretização, convertida depois por outro jogador, num pontapé certeiro entre os postes. Não há um herói: há vários. São todos, na verdade. Nenhuma jogada é toda de alguém.

E porquê falar disto?

Porque o orgulho na nossa Seleção me impele a falar disso, sempre que me deixam, desde domingo dia 8 de outubro e porque nestes tempos azedos de guerra, de crise, de insatisfação e de queixume público constante, achei que valia a pena pensar o que faríamos de diferente se fossemos “Lobos”.

  • Filipa Nascimento
  • Diretora de marca e comunicação dos CTT

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