Startups, estrelas e unicórnios, rádio, tecnologia e confiança…
A questão é que na rádio o centro são as pessoas e a relação de confiança com elas. A tecnologia, de que somos entusiastas, ávidos utilizadores e rápidos adotantes, é a ferramenta.
Estive em todas as edições da Web Summit de Lisboa. A tecnologia apaixona-me, pelo que não perco uma edição, mas saio sempre de lá “a ver estrelas”. Só agora, passados alguns dias, consigo perceber melhor o que ficou para mim desta edição.
Encontrei, como sempre, uma miríade de startups e empresas com créditos firmados, procurando a confiança de parceiros, para fazer as mais incríveis ideias tornar-se realidade usando tecnologia.
Deparei-me com Armin Van Buren, um dos mais famosos DJ’s de sempre, desconfiado sobre o futuro da música e dos jovens músicos, quando a Inteligência Artificial cria música nova à “velocidade do som”.
Assisti a Brad Smith, vice presidente da Microsoft, apontando à confiança que devem merecer as tecnológicas, dizendo que “não é preciso uma lei para nos dar permissão para fazer a coisa certa”.
E Ben Goertzel, famoso cientista, que no passado nos apresentou a Robot Sophia, desconfiado sobre se teria a mesma atenção nesta edição em que se apresentou sozinho em palco, sem a sua boneca preferida.
E o nosso ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, sublinhando argumentos de confiança para Portugal, ancorados na nossa história, rica em episódios de empreendedorismo bem-sucedido!
Estes e tantos outros, procurando reforçar aquele que é para Francis Fukuyama (que também esteve em Portugal por estes dias, mas noutro palco) fator crucial para sucesso e prosperidade — a confiança. Precisamente o elemento que parece escassear nestes tempos incertos e de grandes transformações.
Tudo isto me levou a refletir sobre a rádio, que usa intensamente tecnologia há mais de um século. A rádio nasce impulsionada por desenvolvimentos tecnológicos que até no seu nome deixaram marca. Passámos e passamos por inúmeras etapas de incerteza social, económica, política e tecnológica. Contudo, a rádio continua a chegar todas as semanas a mais de 85% da população adulta e é o meio com maior confiança na Europa (Trust in Media — EBU).
A questão é que na rádio o centro são as pessoas e a relação de confiança com elas. A tecnologia, de que somos entusiastas, ávidos utilizadores e rápidos adotantes, é a ferramenta.
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