“Não prevejo grandes dificuldades no PRR período de transição”, diz Nelson de Souza
Ministro do Planeamento reconhece "aumento brutal” de fundos, que no período de transição “quase triplica" o valor à disposição pelo menos até 2023. É uma "responsabilidade muito grande" de execução.
O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, reafirmou esta segunda-feira que será acionado em janeiro o pedido de primeiro desembolso de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e recusou a possibilidade de dificuldades no período de transição.
“Posso garantir que durante o tempo que este Governo ainda tem de vida, que está marcada por preceitos constitucionais, não vai existir qualquer tipo de impacto que vai travar o PRR“, disse o ministro, à margem da conferência ‘Os desafios da economia portuguesa no pós-pandemia’, organizada pelo Banco de Portugal e pelo semanário Expresso.
Nelson de Souza acrescentou que o PPR “está a seguir o seu curso normal”, que os investimentos estão contratados com a Comissão Europeia e que os meios “estão à disposição”, quer os financeiros, quer os materiais, quer as condições jurídicas.
“E assim vai continuar, incluindo o pedido do primeiro desembolso que há-de ocorrer durante o próximo mês de janeiro“, afirmou o governante, ressalvando que, para além disso, “não compete a este Governo garantir seja o que for, mas que competirá ao próximo” Governo. “No período de transição, até entrada em vigor do próximo Governo, não prevejo também grandes dificuldades”, disse ainda.
Na intervenção na conferência, o ministro do Planeamento reconheceu o “aumento brutal” de fundos, que no período de transição “quase triplica” o valor à disposição pelo menos até 2023, que disse traduzir uma “responsabilidade muito grande” de execução e ser uma responsabilidade coletiva.
“Temos de ser nós a responder, a sociedade a responder, têm de ser os empresários a responder. É uma questão de sermos capazes de coletivamente saber responder e corresponder a este desafio”, afirmou Nelson de Sousa, ressalvando não estar a alienar responsáveis, mas destacar tratar-se de uma responsabilidade coletiva.
Portugal foi o primeiro Estado-membro a entregar formalmente em Bruxelas o seu PRR para aceder aos fundos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência – elemento central do fundo de recuperação acordado na UE para superar a crise da Covid-19 – e o primeiro a vê-lo aprovado, tendo sido também dos primeiros países a receber verbas.
No início de agosto, a Comissão Europeia desembolsou 2,2 mil milhões de euros a Portugal referente ao pré-financiamento de 13% do PRR.
O PRR português, que recebeu ‘luz verde’ da Comissão em 13 de junho e foi formalmente aprovado pelo Conselho Ecofin exatamente um mês depois, tem um valor global de 16,6 mil milhões de euros, designadamente 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido e 2,7 mil milhões empréstimos em condições favoráveis.
Em causa está o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020 para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia de Covid-19.
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