97% das empresas querem fazer investimentos com fundos europeus
57,4% das empresas têm interesse em beneficiar dos apoios provenientes do Portugal 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência.
Os fundos europeus vão continuar a ter um papel crucial no investimento das empresas portuguesas nos próximos anos. A grande maioria das empresas (97%) têm a intenção de fazer investimentos com recurso a fundos europeus nos próximos dois a três anos, de acordo com inquérito da FI Group.
Desenvolvimento e inovação (14,9%), investimento produtivo e digitalização (14,6%) são as áreas onde as empresas pretendem investir. Destaca-se também, o interesse das empresas na eficiência energética (12,2%), internacionalização (12%) e qualificação dos recursos humanos (11,5%).
Quando questionados sobre se pretendem beneficiar dos fundos europeus, a que Portugal terá acesso, para apoiar os investimentos planeados, 57,4% das empresas responderam que tem interesse em beneficiar dos apoios provenientes do Portugal 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), enquanto 29,7% referiram que apenas tem interesse nos apoios do Portugal 2030.
Das empresas que demonstraram interesse em efetuar investimentos nos próximos anos, 3% referiram que não espera beneficiar de qualquer apoio. Dos motivos mencionados, destacam-se a forte componente burocrática dos processos de candidatura, o desconhecimento de como vai decorrer o próximo programa e a falta de clareza dos processos.
No que respeita ao montante que as empresas pretendem investir nos próximos anos, 34,7% das empresas responderam que não têm um valor definido. Por outro lado, 24,8% responderam que pretendem investir até um milhão de euros e apenas 7,9% pretendem investir mais de dez milhões de euros.
Paulo Reis, diretor-geral da FI Group, realça que “as empresas portuguesas têm uma grande vontade de investir e potencial de contribuir para a criação de emprego e para a recuperação económica. É, portanto, urgente que lhes seja dado um maior acesso a apoios para executarem os seus investimentos, o que passa pela introdução de uma maior flexibilidade e desburocratização de processos, a fim de tornar as candidaturas mais transparentes e acessíveis”.
De forma a avaliar o histórico de incentivos no âmbito do Portugal 2020, as empresas foram questionadas sobre se usufruíram de algum apoio deste programa, 53% responderam que sim e 47% das empresas nacionais revelaram que nunca usufruíram de qualquer apoio no âmbito dos fundos comunitários.
Das entidades que afirmaram ter beneficiado de apoios do Portugal 2020 (54 empresas), 98% manifestaram interesse em efetuar investimentos nos próximos anos, e 67% revelaram que espera obter apoios do PRR e do Portugal 2030 para alavancar esses investimentos.
A maioria dos inquiridos reconhece a importância do novo programa de fundos europeus, afirmando que pretende usufruir de apoios do PT 2030 e do PRR (47%) ou unicamente do PT 2030 (34%). Por outro lado, apenas 4% das empresas esperam obter apoios exclusivamente do PRR, o que parece demonstrar alguma desconfiança no plano concebido como resposta aos impactos socioeconómicos da pandemia. Este número está em linha com outros inquéritos recentes realizados pela CIP e AEP.
Os inquiridos, identificam pontos de melhoria para o Portugal 2030 em relação ao Portugal 2020, como por exemplo a simplificação dos processos, a redução da burocracia, análise mais rápida das candidaturas e pedidos de pagamento, aumento dos apoios às micro, pequenas e médias empresas, entre outros.
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