País em estado de alerta de domingo a terça devido a “pico de calor”
País em estado de alerta entre domingo e terça-feira por causa do "novo pico de calor". Vão ser contratados mais 500 bombeiros para combater os incêndios que alastram no território, anuncia ministro.
O ministro da Administração Interna anunciou que o país vai estar em situação de alerta, entre domingo e terça-feira, por causa do “novo pico de calor” que se vai fazer sentir “com temperaturas superiores a 40 graus” e consequente risco de incêndios. Em causa estão limitações quanto ao uso do fogo, máquinas, trabalhos agrícolas e acessos aos espaços florestais, avançou José Luís Carneiro que comunicou a contratação de mais 500 bombeiros e o pagamento antecipado “superior a um milhão de euros às corporações de bombeiros que têm tido o esforço de integração no dispositivo especial no combate a incêndios rurais”.
As medidas foram anunciadas à comunicação social, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no final das reuniões de José Luís Carneiro, e da secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, com o Centro de Coordenação Operacional Nacional da ANEPC, e ainda com os membros das áreas governativas da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e Alimentação. Em cima da mesa esteve a avaliação das condições meteorológicas e do risco de incêndio.
O ministro da Administração Interna determinou, assim, “a situação de alerta para os dias 21, 22 e 23 – domingo, segunda e terça-feira –, com reavaliação na segunda-feira ao fim do dia, tendo em vista reavaliar a necessidade de manter ou alterar a situação de alerta”. O governante avisou que “toda esta circunstância se aplica ao território continental”.
A ANEPC fica com autorização para avançar com a contratação de mais 100 equipas de bombeiros, o que significa mais 500 homens, tendo em vista reforçar os meios humanos e permitir que esta reposição de meios mantenha o vigor e a eficácia que tem existido até agora.
Para esta tomada de decisão pesaram na balança vários “fatores críticos” que o ministro deu conta, durante a conferência de imprensa. “Vai-se viver um período exigente, pois há um aumento espetável até 5 graus [centígrados] nas temperaturas que o país vai conhecer, e a manutenção da seca severa extrema em grande parte do território nacional”, avisou. Assim como “os ventos que variam entre os 40 e 60 quilómetros exigem uma manutenção da capacidade operacional que exige a mobilização de mais meios“, advertiu. Além disso, há outro fator preocupante que precisa de resposta: “O desgaste que se tem vindo a sentir nos meios humanos, materiais e logísticos“.
Por isso mesmo, o ministro da Administração Interna anunciou que “a ANEPC fica com autorização para avançar com a contratação de mais 100 equipas de bombeiros, o que significa mais 500 homens, tendo em vista reforçar os meios humanos e permitir que esta reposição de meios mantenha o vigor e a eficácia que tem existido até agora”. José Luís Carneiro frisou, contudo, que “o tempo em que se consegue debelar o incêndio está nos 90 minutos em 90% dos casos”.
Outra novidade é a “antecipação dos pagamentos de trabalhos que estão previstos para essas mesmas corporações, tendo em vista garantir-lhes liquidez para poderem corresponder a novas solicitações que se venham a colocar em função deste período difícil que se vai viver”. Segundo o governante, a antecipação de pagamentos às corporações de bombeiros será “um esforço [monetário] superior a um milhão de euros”. O objetivo, justificou, é “garantir que as associações humanitárias, que têm corporações de bombeiros integradas no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), mantenham condições de decisão e operacionalidade que são indispensáveis para esta fase que se inicia após este período desde o início de julho”.
O ministro deu ainda conta que foi alertado para “as dificuldades de mobilização dos bombeiros voluntários que são trabalhadores no setor público e privado, que necessitam de mecanismos mais ágeis para poderem serem mobilizados para a disponibilidade e prontidão” que é necessária.
O governante deixou bem claro que as medidas anunciadas, esta sexta-feira, não são “mecanismos de prevenção, mas sim de vigilância e de reforço do patrulhamento dissuasor“.
Fogo posto duplicou e representa 26% das ocorrências
A somar a tudo isto e a também merecer “atenção redobrada” está outra situação preocupante para o Governo: “As razões acidentais ainda a justificarem 64% dos incêndios” e o facto de, no último mês, ter duplicado o fogo posto. “Houve um aumento do incendiarismo que duplicou, ou seja, 26% de causas que em princípio estarão associadas ao incendiarismo” que antes rondavam os 13%.
É uma prioridade combater o incendiarismo, tendo em consideração que se acentuou muito particularmente nos últimos 15 dias, três semanas.
Para travar este problema, o ministro da Administração Interna anunciou “o prosseguimento ao reforço do patrulhamento dissuasor por parte de 25 patrulhas das Forças Armadas”, que vão apoiar os 230 postos de vigia da Guarda Nacional Republicana (GNR) já no terreno e a Polícia Judiciária (PJ). A que se somam os meios aéreos e drones, estando “todos esses meios operacionais”, assegurou.
“É uma prioridade combater o incendiarismo, tendo em consideração que se acentuou muito particularmente nos últimos 15 dias, três semanas”, garantiu José Luís Carneiro.
Refira-se que mais de 70 concelhos da região centro do país e do Algarve estão em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê a continuação da subida da temperatura máxima.
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