Lisboa vai ter limites no número de trotinetes
Carlos Moedas adiantou que será assinado em breve um memorando com os operadores destes veículos, o qual incluirá aspetos como a redução da velocidade e uma limitação do número de trotinetes.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse esta terça-feira que o memorando de entendimento com os operadores de trotinetes será assinado em breve e terá “aspetos muito claros” relativamente à redução da velocidade e limitação do número de veículos. “Estou a semanas de assinar um memorando com aqueles que são os promotores das trotinetes, em que espero que todos assinem esse memorando, um memorando que virá antes de um regulamento”, declarou Carlos Moedas (PSD), na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.
Considerando que o memorando de entendimento é “um bom sinal à cidade”, o autarca de Lisboa disse que o acordo com os operadores destes veículos elétricos terá “aspetos muito claros, o primeiro é uma redução da velocidade das trotinetes”.
“Temos velocidades que vão acima dos 20 quilómetros por hora e sabemos que em cidades europeias, como é o caso de Paris, tem havido limitações”, indicou o presidente da Câmara de Lisboa, referindo que na capital francesa a velocidade das trotinetes foi limitada para “oito quilómetros por hora, o que tem reduzido em muito os acidentes”.
Além desse aspeto, Carlos Moedas disse pretender ter “um comprometimento do lado destes promotores numa limitação do número de trotinetes”, relembrando que Lisboa tem “o dobro ou o triplo das trotinetes que existem numa cidade como Madrid e isso não é normal”.
“Vai ter que haver um acordo nesse sentido e, depois, um acordo também naquilo que é o comportamento em relação a andar em cima dos passeios, andar em contramão, e temos hoje sistemas tecnológicos que permitem evitar que isso aconteça”, acrescentou.
O autarca de Lisboa ressalvou que não é possível conseguir uma monitorização a 100% das trotinetes por parte da polícia, “porque obviamente a polícia tem muitas outras coisas com que se preocupar, esta é apenas uma das coisas que a polícia tem como preocupação”. “Temos que ter sistemas tecnológicos em que as trotinetes não andem nos sítios errados, em que quando estão em cima do passeio não conseguem andar, que são estacionadas em pontos específicos da cidade”, explicou.
Sem anunciar a data concreta da assinatura do memorando de entendimento, Carlos Moedas disse que é preciso saber se “todos vão assinar”. “Se assinarem esse memorando, já ficam comprometidos para aquilo que vai ser o próprio regulamento e penso que isso seria muito positivo na cidade”, defendeu o presidente da Câmara de Lisboa.
O autarca referiu ainda os casos de acidentes com trotinetes, em que “hoje, pela primeira vez, há uma preocupação de muitos médicos em relação a este assunto”.
Em setembro, Moedas revelou que o Executivo camarário já tinha tido uma primeira reunião com alguns operadores, na qual perguntou quantas trotinetes é que cada um tinha no mercado: “contámos 15 mil trotinetes”, adiantou. Na reunião, Carlos Moedas ficou também a saber, por parte de um operador espanhol, que a cidade de Madrid, com cinco vezes mais população e tamanho do que Lisboa, tem seis mil trotinetes.
A elaboração do Regulamento Municipal da Mobilidade Partilhada (RMMP) da cidade de Lisboa está em processo de participação dos cidadãos, fase que se iniciou em 30 de setembro e termina na sexta-feira, para entrar em vigor em 2023.
No início de junho, em resposta à agência Lusa, a Câmara de Lisboa revelou que existiam na altura na capital portuguesa 11.000 trotinetas e bicicletas partilhadas sem doca (não necessitam de serem arrumadas e os clientes podem deixá-las em qualquer lugar das ruas da cidade) e quatro operadoras. O município adiantou, então, que estava a estudar a forma de “melhor regular a atividade” e que pretendia ter um regulamento em vigor tão brevemente quanto possível, para permitir a monitorização e controlo efetivo da atividade de partilha de trotinetas e bicicletas sem docas.
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