Cantanhede admite que linha de alta velocidade passe no concelho
Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede só admite a passagem da linha ferroviária de alta velocidade no concelho, caso eventuais problemas com as habitações estejam acautelados.
“A nossa posição da primeira hora e agora também é, naturalmente, é a de defender o eixo 5. […] Através do traçado 4 temos penalização em termos de proprietários. Há uma casa que tem de ser demolida. Há outros que ficam com a passagem da via do TGV [comboio de alta velocidade] muito em cima das próprias habitações, o que é penalizante para o Município”, começou por afirmar a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio.
A autarca só admite a passagem da linha ferroviária de alta velocidade no concelho, caso eventuais problemas com as habitações estejam acautelados. Admitiu, contudo, que outros municípios têm situações mais graves, onde a passagem da linha ferroviária de alta velocidade prevê a demolição de muito mais casas.
“Se nesse traçado 4 ainda houver a possibilidade de poder fazer algum desvio, de forma a não afetar as duas situações que referi, é evidente que podemos ponderar e analisar, por solidariedade a outros municípios, como [por exemplo] a Mealhada e Anadia, que têm mais casas que vão eventualmente ser demolidas”, frisou.
No entanto, Helena Teodósio reiterou que a opção do município para a “defesa do território” é o traçado 5, que não passa no concelho de Cantanhede, no distrito de Coimbra.
Se nesse traçado 4 ainda houver a possibilidade de poder fazer algum desvio, de forma a não afetar as duas situações que referi, é evidente que podemos ponderar e analisar, por solidariedade a outros municípios, como [por exemplo] a Mealhada e Anadia, que têm mais casas que vão eventualmente ser demolidas.
Na manhã de quarta-feira, a presidente reuniu com a Infraestruturas de Portugal, pelo que notou a possibilidade de haver “algum desvio” no traçado 4, por forma a não afetar essas duas situações no concelho de Cantanhede. “Se isso acontecer, naturalmente que, passando pelo nosso território, mas não afetando dessa forma, minimiza-se muito mais a situação e evidentemente para os outros municípios é muito mais benéfico”.
Helena Teodósio lembrou que outros municípios têm acesso à ferrovia e a outros transportes públicos. No caso de Cantanhede, “não tendo essa possibilidade, não tem um benefício direto na paragem do TGV em Coimbra”.
“Pelo que entendemos que poderia ser analisado, eventualmente alguma situação, caso tivéssemos aqui a possibilidade do metro [Mondego] que pudesse fazer essa mesma ponte”.
Se o Metro Mondego fosse assegurado, as “populações que, neste momento, ficam mais prejudicadas nessa eventualidade de passar ali o traçado do TGV, também podiam ficar beneficiadas ou pelo menos compensadas pelo facto do Metro Mondego ir até lá”, concluiu.
O município já tinha aprovado, por unanimidade, a defesa do traçado 5.
Na reunião de Câmara, na quarta-feira, a autarquia aprovou, por unanimidade, a proposta que, face ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA), propõe parecer desfavorável à proposta do eixo 4 e variante a Anadia/Oliveira do Bairro, no atravessamento do Município de Cantanhede.
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