Empresa têxtil de Esposende já veste bebés e crianças em 40 países
A Play Up emprega 50 pessoas, fatura oito milhões de euros e exporta 90% da produção. Focada em reduzir o desperdício e a pegada ambiental, a marca vai lançar um loja online de roupa em segunda mão.
Fundada em 2004, em Esposende, a Play Up, marca de vestuário infantil com design e fabrico 100% português, produz entre quatro a cinco milhões de peças de roupa por ano, exporta 90% da produção para 40 mercados, trabalha com 900 clientes multimarca em todo o mundo, emprega 50 pessoas e fatura oito milhões de euros. Com foco na economia circular, a marca, que pertence à têxtil Etfor, prepara-se para abrir no próximo mês um loja online de roupa Play Up em segunda mão.
Na liderança da Play Up estão os irmãos Bruno e Susana Correia que adquiriam toda a experiência na indústria têxtil com os pais Lúcia Lages e Artur Correia que fundaram uma confeção familiar em 1988, a Etfor. Atualmente, a empresa mãe emprega 120 pessoas e fatura 25 milhões de euros.
“A Etfor só produzia para clientes e surgiu a ideia de criar uma marca própria. Em 2004, a Etfor criou uma marca roupa de criança que é a Play Up. É um projeto familiar que foi desde sempre concebido dentro da empresa, dentro do seio familiar”, explica ao ECO/Local Online, Bruno Correia, managing director da Play Up.
A Etfor só produzia para clientes e surgiu a ideia de criar uma marca própria. Em 2004, a Etfor criou uma marca roupa de criança que é a Play Up. É um projeto familiar que foi desde sempre concebido dentro da empresa, dentro do seio familiar.
Bruno Correia, que começou a trabalhar na empresa dos pais em 2002, assume que a primeira década da Play Up foi “muito difícil” e de “muita aprendizagem. O gestor que pertence à segunda geração da Etfor explica que “existiam processos ao nível de marca que não dominavam, como o design, posicionamento e rede comercial”. Perante as dificuldades, o gestor formado em design gráfico na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), conta que foi um “orgulho ver o projeto a vingar e a singrar”.
A marca de Esposende nasceu em 2004, mas só em 2017 é que começa a afirmar-se no mercado nacional e internacional. Nesse ano, Susana Correia, diretora criativa da marca, formada em arquitetura da Universidade do Minho, aposta no rebranding da marca e na sustentabilidade.
“Foi a partir dessa altura que acontece a grande mudança que acabou por influenciar este crescimento e todo este desenvolvimento na parte da sustentabilidade, que começou a ser trabalhado aí”, refere a diretora criativa da marca que entrou na empresa-mãe em 2012.
Focada em reduzir o desperdício e a pegada ambiental, a Play Up tem vindo a implementar várias estratégias ao longo do caminho. Para além de usar fibras biológicas e recicladas, a empresa usa tingimentos naturais à base de minerais e pigmentos naturais. A marca conta com várias certificações, entre elas a Global Organic Textile Standard (GOTS), o Global Recycled Standard (GRS), o Organic Content Standard (OCS), Recycled Claim Standard (RCS) e OEKO-TEX.
A Play Up acaba de lançar a primeira coleção cápsula chamada “Closethe Loop” em que olha para os resíduos têxteis como uma oportunidade. “Com o nosso resíduo pós-industrial criamos uma fibra que é 100% reciclada e reciclável. Com este fio já conseguimos desenvolver cerca de 15% das nossas coleções, não estamos dependentes de fibras e estamos a conseguir ter essa autonomia e uma gestão consciente do nosso resíduo“, afirma com orgulho, Susana Correia.
Com o nosso resíduo pós-industrial criamos uma fibra que é 100% reciclada e reciclável. Com este fio já conseguimos desenvolver cerca de 15% das nossas coleções, não estamos dependentes de fibras e estamos a conseguir ter essa autonomia e uma gestão consciente do nosso resíduo.
Para “fechar o ciclo”, a empresa tem a iniciativa Take Back onde as peças podem ser devolvidas à empresa com o objetivo de serem vendidas em segunda mão ou transformadas em novos materiais caso apresentarem danos irreparáveis. Com base na economia circular, a Play Up vai apostar numa loja online de roupa em segunda mão já no próximo mês.
A marca, que veste bebés dos três aos 36 meses e crianças até aos 14 anos, está disponível em Portugal em mais de 40 pontos venda de norte a sul do país. Para além dos pontos de venda, Play Up apostou na loja online no final de 2018 e, atualmente, este canal já representa entre 20% a 25% da faturação da marca.
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