Primeiro ferryboat elétrico português começa a navegar em dezembro na ria de Aveiro
Ferryboat elétrico construído nos estaleiros da Navaltagus fará a ligação entre São Jacinto e o Forte da Barra, num investimento de 7,3 milhões de euros. Falta instalar o sistema de carregamento.
Já está pronto a navegar o primeiro ferryboat 100% elétrico do país, que a partir de dezembro fará a ligação entre São Jacinto e o Forte da Barra, em Aveiro, num investimento de 7,3 milhões de euros. Depois da cerimónia de batismo, realizada esta quinta-feira no estaleiro da Navaltagus, no Seixal, a partida para Aveiro está dependente das condições meteorológicas e marítimas. Falta concluir a instalação do sistema de carregamento em Aveiro, avança Ribau Esteves ao ECO/Local Online.
“O Salicórnia é o primeiro ferryboat elétrico fabricado em Portugal e por uma empresa portuguesa”, ainda que com componentes fabricados noutros países, destaca o autarca social-democrata que preside à Câmara de Aveiro.
Aveiro posiciona-se, assim, a nível nacional e internacional na dimensão ambiental, social e económica. “Vamos ter um ganho ambiental – 300 toneladas de CO2 que deixam de ser emitidas -, manter o serviço público de transporte com comparticipação municipal e teremos mais um instrumento de marketing territorial porque é um episódio inovador”, realça Ribau Esteves.
Vamos ter um ganho ambiental – 300 toneladas de CO2 que deixam de ser emitidas -, manter o serviço público de transporte com comparticipação municipal e teremos mais um instrumento de marketing territorial.
Depois de ter passados os testes em mar, o ferryboat “Salicórnia” vai navegar desde os estaleiros da Navaltagus, do grupo ETE, com destino a Aveiro para integrar a operação AveiroBus. A partir da primeira quinzena de dezembro, assegura, a embarcação reforça a capacidade de transporte para 260 passageiros e 19 viaturas, mais 90% e 30%, respetivamente. Acrescem os baixos níveis de ruído e o conforto para os passageiros.
“Vieram inspetores de todo o mundo. O ferryboat passou todos os testes em mar e tem todas as condições para navegar para Aveiro“, conta o social-democrata, orgulhoso com esta obra municipal. O primeiro momento-chave foi o batismo, “um ato muito importante na navegação”. “Obviamente que é importante para a câmara, que é a dona da obra, mas para a empresa construtora, que é portuguesa, é um momento a assinalar que o navio está pronto”, acrescenta.
Ribau Esteves realça ainda o “relevante serviço público” que o município passa a disponibilizar à população, principalmente a de São Jacinto, que precisa deste transporte para fazer a transposição do canal da ria de Aveiro. A autarquia garante que vai continuar a comparticipar este serviço. Caso contrário, frisa, “os bilhetes seriam muito caros e [o custo] seria incomportável para as pessoas”. Este apoio custa meio milhão de euros por ano aos cofres municipais, calcula.
Por enquanto, a câmara vai manter o preço atual praticado no “velho” ferryboat, que será agora substituído. “Vamos fazer a análise de custos nos primeiros meses de operação para confirmarmos se vamos ter a tal redução de custos de funcionamento que está no projeto”, explicou. “Confirmada essa redução”, o passo seguinte será refletir essa mesma redução de custos de operação no tarifário a praticar, garante o social-democrata.
A execução dos sistemas de carregamento para a operação do novo ferryboat 100% elétrico foi adjudicada por 1.329.697 euros ao agrupamento de empresas constituído pelas Ahlers Lindley e pela ETG – Empresa de Gestão e Transporte S.A.. Deverá estar concluído até ao final de novembro.
A par do ferryboat, ainda este ano, Aveiro vai integrar na atual frota mais dez autocarros elétricos novos. “Estamos a terminar o sistema de carregamento elétrico dos nossos moliceiros que fazem os passeios turísticos nos canais da cidade. Ainda este ano disponibilizaremos o sistema para os operadores começarem a instalar os motores elétricos”, afiança o edil.
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