BRANDS' Local Online Loures Investe em Si reúne empresários em jantar
Vários empresários participantes da mostra Loures Investe em Si reuniram-se, esta quarta-feira, num jantar, que acabou por ser um pre-opening do evento.
Na passada quarta-feira, dia 3 de abril, todos os empresários participantes na mostra Loures Investe em Si marcaram presença num jantar pre-opening do evento, que contou com a presença de Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures, de Nelson Batista, vereador da autarquia, e o ex-ministro António Costa e Silva.
A abertura do jantar, que teve como objetivo celebrar as capacidades empresariais e inovadoras em Loures, esteve a cargo de Nelson Batista, vereador da Câmara Municipal de Loures, que começou por descrever em que consiste o Loures Investe em Si. “É uma mostra de inovação, comércio e indústria, com 50 stands no interior, destinados a empresas e entidades de relevo. Conta com a participação de 47 empresas, que totalizam mais de quatro mil postos de trabalho em Loures e mais de mil milhões de investimento no nosso concelho”.
“O tecido empresarial de Loures, com mais de 21 mil empresas, das quais 62% são empresas individuais e 38% empresas coletivas, é um reflexo da diversidade e da robustez da nossa economia local. Este ecossistema empresarial dinâmico é o resultado direto do espírito empreendedor dos Lourenses e da solidez das nossas empresas, que formam a espinha dorsal da nossa economia. A nós, como município, cabe-nos apoiar, incentivar e simplificar os procedimentos, facilitando a sua atividade. Nesse sentido, e desde o início do mandato, que estabelecemos uma denominada “via verde” entre a divisão da economia e inovação e o urbanismo, de modo a agilizar processos e a fazer com que os mesmos tenham uma tramitação mais célere“, explicou.
Além disso, o vereador da Câmara de Loures referiu ainda os vários projetos e parcerias institucionais que melhoram a capacidade de suporte ao tecido empresarial, “desde a criação de uma rede local de responsabilidade social empresarial até ao desenvolvimento de uma base de dados empresarial de referenciação“: “Junto com os empresários, com os inovadores e com os empreendedores, estamos comprometidos em criar um ambiente cada vez mais favorável ao desenvolvimento económico e social. Nesse sentido, estabelecemos protocolos com entidades externas, com vista a dotar o município de uma rede de parceiros que possam gerar mais valor e conhecimento para as empresas e empresários”.
Neste sentido, Nelson Batista realçou a importância do Plano de Recuperação e Resiliência, que considera ter “uma importância que não pode ser subestimada de forma alguma, já que representa uma oportunidade única para impulsionar a nossa economia, com enfoque especial na digitalização, na sustentabilidade e na inovação”. Contudo, todo este investimento deve contar com o envolvimento municipal, que afirmou ter “um papel preponderante no desenvolvimento económico”.
“Quando as empresas operam em ambiente propício no planeamento e em condições estáveis, com uma visão clara de futuro, conseguem gerir melhor os seus riscos, planear investimentos, inovar e expandir as suas operações. Esta previsibilidade, não só incentiva o empreendedorismo e atrai investimentos internos e externos, como também fortalece a confiança dos consumidores e dos investidores, fomentando o crescimento, a inovação e o desenvolvimento sustentável. Em resumo, Loures Investe em Si, mais do que um evento, é um compromisso para o futuro, uma celebração da nossa capacidade de superação e de inovação“, disse.
Descentralização pode impulsionar economia
Por sua vez, António Costa e Silva, ex-ministro, começou por dizer que “Loures é, hoje em dia, do ponto de vista empresarial e do funcionamento da economia, um paradigma daquilo que podemos fazer no país e, sobretudo, passa mais a missão para desenvolver a economia do país”.
“Tudo o que se está a passar em Loures, que, até há muito pouco tempo, em termos de autarquia, não dava muita atenção à ligação ao tecido empresarial, à construção de redes, à conectividade do próprio concelho, ao estabelecimento de grandes plataformas, e que agora dá, está a repercutir-se na economia do concelho. Loures tem um potencial enorme e eu penso que, num concelho com este ecossistema, nós temos que descentralizar o crescimento, portanto descentralizar de Lisboa e do Porto e criar dínamos a nível dos territórios que sejam capazes de protagonizar essa mudança“, referiu.
Esta descentralização, de acordo com o ex-ministro, passa pelos transportes, pela logística e pelo armazenamento, mas também pela área da saúde: “Estamos a falar aqui de um concelho que tem 204 mil pessoas, com 22,5% de população acima dos 65 anos, abaixo da média nacional, portanto não é um concelho envelhecido, só que a população jovem, como no resto do país, é cerca de 15% até aos 15 anos. Portanto, a questão demográfica também é uma questão crucial que temos. Temos que dar atenção aos jovens e desenvolver todas as fileiras da economia que possam protagonizar a sua retenção nos territórios e no país, e há muitas ideias em desenvolvimento”.
Para isso, António Costa e Silva enumerou seis fatores que não se devem subestimar: a exportação, a força de trabalho, a inovação, o investimento, a diversificação da economia e as empresas tecnológicas. Nesse sentido, ao mesmo tempo que apresentava cada um destes fatores, partilhou alguns dados que demonstram como o país se destaca em cada um deles.
“Primeiro, temos uma galáxia de empresas que exporta para 100 ou mais países do mundo. Atingimos, em 2022, 50% de PIB em termos de exportações, em 2023 foi para cerca de 48%, mas uma economia que é capaz de exportar, é cada vez mais competitiva e afirma-se nos mercados internacionais. Segundo, é a força de trabalho. Temos mais cinco milhões de pessoas que estão hoje a trabalhar em Portugal e 34% dessas pessoas têm formação superior. Portanto, essas pessoas chegam ao chão de fábrica, trazem mais capacidade de iniciativa, mais capacidade de inovação, de reconfigurar as cadeias de produção e de serem cada vez mais competitivas internacionalmente”, explicou.
Depois, no que diz respeito à inovação e ao investimento estrangeiro, o ex-ministro afirmou que o país tem dado passos muito significativos. “Em 2023, que foi quando registamos cerca de 329 patentes, subiu 5,6% relativamente ao ano anterior. Mas, quando comparamos com 2019, a subida é de 21%, portanto, em cada ano nós temos registado cada vez mais patentes. E, nesse sentido, também estamos a conseguir atrair mais investimento e investimento estrangeiro. A AICEP reportou, em 2023, 3,6 mil milhões de euros de investimento direto estrangeiro, são cerca de mil milhões de euros a mais que no ano anterior”.
Por fim, quando apontou a diversificação da economia e as empresas tecnológicas como fatores diferenciadores, António Costa e Silva explicou que, antigamente, olhava-se para a economia portuguesa com enfoque no turismo. No entanto, esse paradigma tem vindo a mudar, já que Portugal tem tido cada vez mais destaque nas TIC. “Quando olhamos para os últimos sete anos, o que é curioso é que os setores que mais cresceram em termos de exportações foram as Tecnologias de Informação e Comunicação e o software, que está a crescer 18% ao ano. E eu penso que Loures também pode ser um grande concelho para o desenvolvimento dos TIC, do software e, sobretudo, dos data centers”.
Criação de um concelho estratégico e empresarial
No encerramento da sessão de encontro, Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, falou aos empresários presentes e enalteceu o papel que este têm, não só para a economia do concelho e do país, mas também para a fixação de pessoas. “Esta é a segunda edição de um evento que revela bem a proximidade que se pretende entre a Câmara de Loures e os nossos empresários e sociedade civil. Manifestamos igualmente esta condição através dos vários desafios que temos vindo a lançar aos empresários, para momentos de reflexão conjunta, privilegiando encontros de networking para redes de contacto nas mais diversas áreas de trabalho, onde as pessoas se possam conhecer, onde queiram conversar e pretendam fazer negócios entre si”, partilhou.
Ricardo Leão acrescentou ainda: “Um objetivo que eu tenho é que os empresários do nosso concelho se conheçam. Isso tem uma enorme vantagem para todos para que o valor acrescentado fique aqui no nosso concelho. Ninguém tem a menor dúvida de que quem cria riqueza são os empresários. E, por isso, se nós formos capazes de aumentar as relações comerciais entre os empresários, mas também entre a Câmara, juntamente com os empresários do concelho de Loures, acho que isso é importante para todos”.
“Tudo isto é algo que se vai conseguindo através destes encontros que vamos fazendo, mas, acima de tudo, daquilo que vamos implementar, que é a criação de um concelho estratégico e empresarial, com gente do concelho, com empresários, para que, entre nós todos, consigamos estreitar as relações e aumentar as nossas relações comerciais e de negócio, onde a Câmara Municipal também se insere. E, por isso, estes privilegiados encontros são de extrema importância”, concluiu.
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