Promotor de aeroporto em Santarém recorre a ex-diretor da Eurocontrol para convencer deputados
Magellan 500 vai apresentar, esta quinta-feira, o projeto no Parlamento. Leva como trunfo a 'aprovação' do anterior diretor-geral da Eurocontrol.
A Magellan 500, promotora do aeroporto em Santarém, vai tentar convencer esta quinta-feira os deputados da Comissão de Economia e Obras Públicas das vantagens do projeto, numa altura em que o Governo tem já firmada uma preferência por Alcochete, como avançou o ECO.
Santarém foi ‘recuperada’ como opção no relatório final da Avaliação Ambiental Estratégica levada a cabo pela Comissão Técnica Independente, mas apenas como aeroporto complementar ao Humberto Delgado, não podendo evoluir para um hub intercontinental devido aos constrangimentos no espaço aéreo provocados pela proximidade à Base Aérea de Monte Real.
Constrangimentos que a Magellan 500 tem afirmado serem resolúveis, apesar da oposição da Força Aérea. Como trunfo para a apresentação aos deputados, a Magellan 500 leva uma declaração de Eamonn Brennan, que foi diretor-geral da Eurocontrol entre 2018 e 2022. “Analisei os gráficos do espaço aéreo e aproximações (das soluções para o aeroporto de Santarém). Genuinamente, não vejo qualquer problema. É semelhante a Oslo e Dublin, e completamente de acordo com os princípios de Uso Flexível do Espaço Aéreo civil e militar da Eurocontrol”, afirma o antigo responsável pela organização europeia responsável pela segurança da navegação aérea.
O conflito com o espaço aéreo da Base Aérea de Monte Real só se coloca num cenário em que aeroporto de Santarém evoluiria para duas pistas, podendo acomodar mais de 32 milhões de passageiros por ano. A Magellan 500 alega que as alterações introduzidas no projeto ao nível da navegação aérea levam a que o conflito impacte “menos de 3% da área militar restrita”, não a eliminando totalmente, já que a utiliza “a muito baixa altitude”, na fase de pré-aterragem.
Alterações que, até ao momento, não convenceram a Força Aérea, que, quer num ofício enviado à Comissão Técnica Independente, quer numa resposta ao ex-primeiro-ministro, se opõe a um solução em Santarém que venha a conflituar com as operações em Monte Real.
Na missiva a António Costa, noticiada pelo Expresso, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Cartaxo Alves, afirma que “(a Base Aérea nº 5) é uma infraestrutura militar única, insubstituível, de valor intangível e imprescindível para a garantia da soberania nacional”, acrescentando que Monte Real é uma base da NATO de “importância estratégica para a Aliança Atlântica”.
Na apresentação, a Magellan 500 repete os argumentos com que tem defendido o projeto: estar fora da atual concessão da ANA, ser concebido sem financiamento público e usando infraestruturas de acesso já existentes, ser concretizável num período até cinco anos e meio, poder crescer até três pistas e ligar o aeroporto a Lisboa em cerca de 30 minutos através de um comboio rápido.
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