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YouTube removeu mais de 35 mil vídeos carregados na UE por desinformação em 2023

Lusa,

A plataforma divulgou também funcionalidades para ajudar os eleitores a encontrar "notícias e informações" confiáveis nas eleições europeias e reforçar a transparência sobre conteúdos gerados por IA.

O YouTube removeu no ano passado “mais de 35.000 vídeos carregados a partir da União Europeia” (UE) por violarem as suas políticas de desinformação, divulgou a plataforma de partilha de vídeos da Google.

“Além de remover conteúdo que viola as nossas políticas, também acompanhamos a percentagem de visualizações do conteúdo que viola políticas no YouTube antes do mesmo ser removido”, adianta a tecnológica, salientando que, no quarto trimestre de 2023, “este conteúdo representou 0,11% – 0,12% das visualizações” na plataforma, de acordo com uma publicação online da tecnológica.

Isto “significa que em cada 10.000 visualizações no YouTube, entre 11 e 12 eram conteúdos que violavam as nossas regras da comunidade“, prossegue a plataforma.

“Vamos continuar a investir neste trabalho, em que a IA [inteligência artificial] ajuda a aumentar ainda mais a velocidade e a precisão dos nossos sistemas de moderação de conteúdo“, assevera o YouTube.

Além disso, “operações de influência coordenadas não são permitidas no YouTube, independentemente dos pontos de vista políticos que apoiam“.

Nesse sentido, “trabalhamos em estreita colaboração com o Grupo de Análise de Ameaças (TAG) da Google para identificar estes tipos de campanhas no YouTube e encerrar os seus canais”, adianta, referindo que “isto pode incluir tentativas de interferência nas eleições“, nomeadamente as europeias de junho.

“Por exemplo, tal como a TAG partilhou, antes das recentes eleições portuguesas, encerrámos sete canais do YouTube ligados a indivíduos na Argentina, no âmbito das nossas investigações em curso sobre as campanhas de desinformação“, recorda.

Através do TAG, “também partilhámos informações sobre as ameaças com autoridades policiais, tais como a Europol”.

O YouTube vai continuar a “trabalhar em conjunto com os governos, com a indústria e ONG em toda a União Europeia e não só nestes esforços, e não apenas em períodos eleitorais”. E, “à medida que entramos no último mês da campanha de 2024, equipas dedicadas do YouTube e da Google irão continuar a aperfeiçoar e a melhorar estes esforços, tendo sempre em mente o nosso objetivo principal: ligar as pessoas a conteúdo de alta qualidade e a proteger a nossa plataforma”, remata.

YouTube apresenta funcionalidades para eleitores encontrarem notícias confiáveis

A plataforma divulgou também um conjunto de funcionalidades para ajudar os eleitores a encontrar “notícias e informações” confiáveis nas eleições europeias e reforçar a transparência sobre conteúdos gerados por IA.

A um mês das eleições europeias, o YouTube divulga os “esforços” que está a fazer para ajudar as pessoas “dentro e fora da Europa a encontrar notícias e informações eleitorais úteis e confiáveis”, desde pesquisar o local de voto a compreender as posições dos candidatos.

“Para as eleições do Parlamento Europeu de 2024, seguem-se algumas funcionalidades que irão surgir à medida que ligamos os eleitores à informação e ao contexto de que necessitam para se manterem informados”, em que, por exemplo, “para as pesquisas ou vídeos relacionados com a votação, um painel de informações direciona os espetadores na UE para as funcionalidades da Google: ‘como votar’ e ‘como se registar para votar'”, refere o YouTube.

Na pesquisa por informação sobre os candidatos às europeias será exibido um painel de informações na parte superior dos resultados da pesquisa, destacando informações do candidato, como o seu partido político, e uma hiperligação para a Pesquisa Google, por exemplo.

Na parte inferior do painel de informação poderá existir uma hiperligação para o canal oficial do candidato, adianta a plataforma.

“Nas últimas semanas da campanha, na página inicial do YouTube, iremos mostrar lembretes sobre onde e como votar” e no dia das eleições os espetadores “vão poder visualizar um painel de informações sobre os resultados eleitorais que será exibido na parte superior dos resultados da pesquisa ou abaixo dos vídeos relacionados com as eleições europeias”.

De acordo com o YouTube, “este painel de informações vai ter uma hiperligação para a funcionalidade dos resultados eleitorais da Google, permitindo que as pessoas acompanhem os resultados eleitorais em tempo real”.

Também na página inicial do YouTube será disponibilizada “uma hiperligação que mostra, em direto, os resultados” das eleições.

Tudo isto baseia-se nas nossas funcionalidades atuais que destacam as informações provenientes de fontes confiáveis, tais como meios de comunicação social, nos resultados de pesquisa, na página inicial e no painel ‘A seguir'”, aponta.

O YouTube recorda que as suas políticas determinam o que não é permitido na plataforma e aplicam-se a todo o conteúdo, independentemente do idioma ou do ponto de vista político.

“Temos políticas rigorosas contra o discurso de incitamento ao ódio, contra o assédio e ciberbullying, contra o incitamento a conteúdo violento e contra certos tipos de desinformação eleitoral” e, por exemplo, “removemos conteúdos que induzam em erro os eleitores sobre como votar ou que incentivem a interferência no processo democrático“, sublinha.

“A nossa equipa global de revisores, com recurso a uma combinação com a tecnologia de [machine learning] aprendizagem de máquina, aplica estas políticas em grande escala, 24 horas por dia, sete dias por semana” e o “nosso Intelligence Desk também tem trabalhado ao longo dos meses para estar à frente das questões e tendências emergentes que poderão afetar as eleições da UE, tanto dentro como fora do YouTube”, explica.

A plataforma também aposta no reforço da transparência sobre conteúdo gerado por IA. “Reconhecemos que os maus atores podem tentar explorar ferramentas de IA generativa durante o período eleitoral — é por isso que estamos a garantir que existem vários níveis de transparência e de proteções, inclusivamente para as próximas eleições europeias”, salienta.

Agora exigimos que os criadores divulguem se o vídeo que estão a carregar contém conteúdo alterado ou sintético e se é realista” e, “depois, vamos adicionar um marcador de transparência ao conteúdo realista, sintético ou alterado, para que os espetadores tenham um contexto importante”.

Para o conteúdo eleitoral, “o marcador vai surgir no próprio vídeo e na descrição do mesmo” e, em certos casos, “também podemos adicionar um marcador mesmo quando o criador não o divulga, especialmente se o uso de conteúdo alterado ou sintético tiver o potencial de confundir ou induzir em erro os espectadores”.

“Esta é uma área crítica na qual temos vindo a investir há algum tempo”, assevera o YouTube.

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