Rui Moreira vai a Vigo assinar manifesto a exigir comboio de alta velocidade até 2030
Norte de Portugal, Porto e Vigo assinaram manifesto para reivindicar do Governo espanhol a concretização da linha de alta velocidade em 2030 entre as duas cidades fronteiriças.
O presidente da Câmara Municipal do Porto está convicto de que é possível ter a linha ferroviária de alta velocidade Porto-Vigo a funcionar em 2030. Tal só não acontecerá por uma questão política e não técnica, assegura. “A decisão de priorizar a ligação Madrid-Lisboa é política e não técnica, e temos de fazer um combate político, dizer que temos passageiros e que é tempo de ter investimentos nestes territórios” do Norte de Portugal e Espanha, exortou Rui Moreira, nesta quarta-feira, em Vigo.
“Temos de trabalhar e fazer força política“, reforçou o autarca portuense, durante a sua intervenção num debate público sobre este tema, na Junta da Galiza, para pressionar os governos português e espanhol a avançarem com esta linha de alta velocidade que ligará as duas cidades em cerca de 50 minutos. E que Moreira considera mais estratégica do que a ligação entre as duas capitais ibéricas.
“É um problema só político. Temos um compromisso de dizer que queremos a linha em 2030 e é possível, e temos de fazer um esforço claro com o Governo de Espanha. Do lado português estamos todos comprometidos. Temos investimento”. Moreira foi mais longe “São coisas políticas, porque a Junta da Galiza é de direita e o Governo espanhol é de esquerda“.
Juntos, o autarca do Porto, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR), António Cunha, e o presidente da Junta da Galiza, Afonso Rueda, deram mais um passo no sentido de reivindicarem a linha de alta velocidade entre estas duas regiões fronteiriças. Exigem ao Governo Espanhol o avanço das empreitadas necessárias para que o TGV entre Porto e Vigo seja uma realidade em 2030. “Portugal e Galiza exigem um calendário detalhado de investimentos, de planificação e obras“, afirmou Afonso Rueda.
"É um problema só político. Temos um compromisso de dizer que queremos a linha em 2030 e é possível, e temos de fazer um esforço claro com o Governo de Espanha; do lado português estamos todos comprometidos.”
Apoiado em dados do Governo português, o autarca portuense calculou que a procura entre estas duas regiões ibéricas é de 1,5 milhões, precisamente o mesmo número do eixo Lisboa-Madrid. Por isso, Moreira entende que não há razões para não se priorizar a ligação Porto-Vigo, principalmente quando, reforçou, entre Lisboa e Madrid se multiplicam as zonas de fraca densidade populacional. “Não há população”, afirmou.
“Este é um tema político e não técnico, porque necessitamos de ferrovia onde há passageiros. Não temos de procurar turistas ou passageiros, porque eles existem”, reiterou Rui Moreira. O autarca destacou o potencial de procura superior à população portuguesa. “A nossa fachada atlântica tem 11 milhões de habitantes, somos umas das regiões mais densas da Península Ibérica e todo o território tem habitantes.”
Além dos potenciais passageiros, há ainda a necessidade de transporte de mercadorias nesta região Norte Ibérica, onde se localizam os portos de Leixões e de Vigo.
A Junta da Galiza tem vindo a pedir ao Governo espanhol que defina um plano de investimentos e um calendário de medidas que deem início à construção da ligação ferroviária entre Vigo e a fronteira portuguesa.
Portugal e Galiza exigem um calendário detalhado de investimentos, de planificação e obras.
Durante a sua intervenção no debate, o presidente da Junta da Galiza defendeu que se as duas regiões ibéricas querem apanhar o comboio do “progresso”, esta é a altura de reivindicar, sob pena de só acontecer em 2040.
Salientando que a Galiza e o Norte de Portugal reclamam “o que esta terra merece há muito tempo que é uma conexão à altura do potencial e dinamismo” destes territórios para crescerem, Afonso Rueda foi claro: “Não há tempo a perder!”.
“O que nos falta são infraestruturas. Estamos conectados por um comboio que não é digno”, sustentou o autarca, exigindo “uma alternativa competitiva e rápida: passar de 2h30 para menos de uma hora” de viagem entre as duas localidades.
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