PS candidata Alexandra Leitão à Câmara de Lisboa
Ex-ministra será adversária de Carlos Moedas, a quem, nas últimas semanas, acusou de se estar a colar à extrema-direita. Alexandra Leitão já admitiu também que ambiciona ser primeira-ministra.
O Partido Socialista vai candidatar Alexandra Leitão à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, numa escolha de Pedro Nuno Santos para tentar recuperar uma autarquia perdida por Fernando Medina em 2021.
“Lisboa está a ser mal governada pelo PSD e pelo presidente de câmara atual. O PS tinha de fazer a sua maior aposta”, afirmou o secretário-geral do PS ao início da noite desta terça-feira. “Alexandra Leitão é a líder parlamentar do PS e a figura mais importante do PS depois de mim e do presidente”. De Lisboa, Pedro Nuno Santos diz ser “uma cidade onde cada vez mais é clara a incapacidade de Carlos Moedas de resolver problemas como o da higiene e da segurança, o da mobilidade e do trânsito” e também “o da habitação”.
“Aquilo que procuramos num presidente de câmara é capacidade de realizar, de concretizar, e a Alexandra Leitão tem esse perfil, essa determinação, essa força, essa capacidade de resolução de problemas. O que é para nós claro é que da esquerda à direita começa a ser muito presente a ideia de que Carlos Moedas trabalha bem a sua imagem mas não consegue resolver problemas aos lisboetas. A escolha de Alexandra Leitão tem a ver com o perfil, com a dimensão política que granjeou ao longo dos últimos anos em Portugal, em representação do PS, o perfil de realização, de concretização que ela tem, e que nos oferece a possibilidade de podermos disputar a Câmara Municipal de Lisboa”.
Secretária de Estado Adjunta e da Educação no primeiro Governo de António Costa e ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública entre 2019 e 2022, Alexandra Leitão já reconheceu que tem a ambição de chegar a primeira-ministra. Em junho, num programa da Antena 3, quando questionada sobre se gostaria de ser a primeira líder do Governo eleita em Portugal, foi perentória: “gostava muito que houvesse uma primeira-ministra mulher em Portugal, gostava que essa primeira-ministra fosse do meu partido — naturalmente, que eu quero que o meu partido governe — e acho que sou uma das algumas dentro do partido que tem essas condições, sim”.
Há apenas três meses, Alexandra Leitão somou intervenções em que visou o agora adversário nas autárquicas. Num artigo no Expresso, a 10 de outubro, com o título “A direita, a extrema-direita e o discurso de Carlos Moedas”, a dirigente socialista acusou o presidente da Câmara de ter feito, na cerimónia do dia 5 de outubro, “um discurso lamentável, perigoso e irresponsável”. “O discurso de um político que põe a sua ambição em primeiro lugar e procura a todo o custo ganhar os votos da extrema-direita. Melhor assim, caiu a máscara. Os lisboetas merecem mais e melhor”, escreveu. Uma “apropriação de premissas falsas, alarmistas, xenófobas e geradoras de ódio”, acusou a líder parlamentar.
Já num post na rede social X, reiterava a aproximação de Moedas à extrema-direita e, dias depois, no programa Princípio da Incerteza, da CNN Portugal, Alexandra Leitão apontava ao PSD uma “deriva para a extrema-direita”, que, em seu entender, acontecia “por uma razão óbvia: quer ir buscar os votos da extrema-direita. Aliás, Carlos Moedas já o fez”.
Já antes, no mesmo programa, a propósito da decisão de passar a celebrar o 25 de novembro, Alexandra Leitão afirmou que “Moedas viu aqui um momento para, em pleno 5 de outubro, roubar o dia, como se costuma dizer em teatro, roubou o palco, e passou para segundo plano todas as outras intervenções com este anúncio – que não critico propriamente o anúncio -, mas gostaria se calhar mais de ter ouvido o presidente da câmara de Lisboa falar sobre habitação, sobre mobilidade urbana e sobre outras coisas que preocupam bastante mais os lisboetas. Nunca foi uma cidade tão elitista como é hoje e gostaria também de ter ouvido Moedas falar sobre isso”.
Notícia atualizada às 22h00 com declarações de Pedro Nuno Santos
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