BMW X6: A “Besta” bávara ficou mais agressiva e sedutora

BMW X6: A “Besta” bávara ficou mais agressiva e sedutora

Luís Leitão, Hugo Amaral,

Ousado e sedutor na estrada, mas também polémico, controverso e particularmente pesado na carteira, é assim feita a matéria do BMW X6 após um renovado facelift.

  • Este artigo integra a 13.ª edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.

Desde 2008 que o BMW X6 tem sido o elefante na sala do mundo automóvel — impossível de ignorar e difícil de categorizar. Atualmente na sua quarta geração, esta “besta” recebeu recentemente um facelift que o torna ainda mais agressivo, mas surpreendentemente mais romântico. É como se o Hulk tivesse ido a um spa de luxo e voltasse de smoking.

Ao volante do xDrive40d M Sport testado pelo ECO, rapidamente se percebe que esta não é uma simples maquilhagem. O motor de 3.0 litros de 6 cilindros em linha, com 352 cavalos de potência e 720 Nm de binário, é como ter um rinoceronte sob o capô — poderoso, mas surpreendentemente ágil. A aceleração dos 0 aos 100 km/h em 5,5 segundos faz-nos sentir como se estivéssemos numa montanha-russa de luxo.

No quotidiano familiar, o X6 revela-se um camaleão. As viagens diárias para o trabalho com passagem pelo colégio das crianças transformam-se numa experiência digna de primeira classe, com o interior espaçoso e repleto de materiais premium a acomodar confortavelmente os jovens estudantes e todo o seu equipamento escolar.

A tecnologia a bordo é outro ponto alto. O tradicional BMW Curved Display (visto em todos os outros modelos da gama germânica) é tão intuitivo que até o utilizador mais tecnofóbico conseguiria usar.

Em cidade, apesar das suas dimensões de mastodonte moderno, o X6 surpreende pela agilidade. É como ver um elefante a fazer ballet — surpreendentemente gracioso para o seu tamanho. E em estrada, este SUV coupé também não se acanha. A suspensão adaptativa proporciona um equilíbrio entre conforto e uma condução mais desportiva que faria um trapezista ficar com inveja, particularmente quando se liga o modo Sport e se ouvem os mais de 350 cavalos em uníssono a pedirem para correrem livremente pelo prado.

Contudo, nem tudo são rosas neste jardim alemão. O consumo combinado de 7,6 l/100 km é otimista, especialmente em utilização urbana, e as emissões de CO2 de 199 g/km não são propriamente amigas do ambiente. Digamos que o X6 não vai ganhar nenhum prémio de “Amigo do ambiente” tão cedo.

O BMW X6 é como aquele amigo extravagante que todos temos — exagerado, por vezes excessivo, mas impossível de não gostar.

O design continua a dividir opiniões como um debate político acalorado. A grelha frontal, agora iluminada, é tão proeminente que chega a assustar o condutor da frente mais distraído; e a linha de tejadilho descendente, embora elegante, compromete o espaço para a cabeça dos passageiros traseiros e a visibilidade.

O preço, a rondar os 170 mil euros na versão testada pelo ECO, coloca-o num patamar de luxo que muitos considerarão excessivo. E embora o equipamento de série seja generoso, algumas opções desejáveis podem inflacionar significativamente o valor final.

O BMW X6 é como aquele amigo extravagante que todos temos — exagerado, por vezes excessivo, mas impossível de não gostar. Para quem procura uma solução que seja parte tanque de guerra, parte salão de baile, e totalmente extravagante, o X6 continua a ser a escolha tentadora. Mas para os mais pragmáticos, o X5 poderá oferecer uma proposta mais racional, mantendo grande parte das qualidades do seu irmão mais extrovertido.

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