Noites de “botellón” no Porto proibidas a partir desta quarta-feira
Apenas dois dias após a grande noite de São João, consumo e venda de álcool passa a ter novas regras a partir desta quarta-feira. Comércio diz-se afetado pelas novas regras da câmara.
As novas regras do regulamento da Movida do Porto entram em vigor nesta quarta-feira, passando a ser proibida a venda de álcool para consumo na via pública entre as 21 horas e as 8 horas, em toda a cidade.
A terceira alteração ao regulamento, que entrou em vigor em 1 de março de 2023, contempla ainda o alargamento da chamada zona de contenção, que vai abranger praticamente toda a baixa do Porto.
Nesta zona, a venda de bebidas alcoólicas após as 21 horas só é autorizada em cafés, bares, restaurantes e discotecas. De fora ficam estabelecimentos como supermercados, lojas de conveniência, de souvenirs ou garrafeiras.
Ainda na zona de contenção, as esplanadas passam a ter limitação de horários, existindo, porém, alguns instrumentos de flexibilidade nos horários nas esplanadas das três zonas da movida (núcleo da movida, zona protegida e zona de contenção).
“O que justifica isto é a nossa convicção de que este fenómeno do ‘botellón’ em vários sítios da cidade está a prejudicar, a ter impacto ao nível da segurança urbana”, explicou na sexta-feira à Lusa a vereadora das Atividades Económicas e Fiscalização.
Filipa Correia Pinto garantiu que haverá uma fiscalização “muito apertada” com sanções “pesadas”, para “fortalecer a sensação de segurança das pessoas e para garantir a organização do espaço público”.
Uma outra alteração “significativa” é, segundo a autarca, a revisão do enquadramento sancionatório que se aplica à violação das normas do regulamento, com a introdução de um mecanismo de encerramento cautelar do estabelecimento.
Em “determinadas circunstâncias, e devidamente justificadas”, os órgãos fiscalizadores poderão “encerrar imediatamente um estabelecimento que não esteja a cumprir, com impacto na segurança e conforto de quem frequenta o local”, explicou, acrescentando estar ainda previsto, a título de sanção acessória, o encerramento temporário.
Além disto, os agentes económicos que tenham registo de condenações por infrações vão deixar de poder aceder ao alargamento de horários.
Em declarações à Lusa na segunda-feira, o presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto admitiu que as novas regras do regulamento, com sanções mais pesadas, podem ajudar a combater o fenómeno do ´botellón´, mas não o resolve.
“Todas as medidas são bem-vindas, mas não resolve. A questão do ´botellón´ é uma questão importante, porque muitas vezes é feito com bebidas que as pessoas trazem de casa ou compram nos supermercados durante o dia e, portanto, não são os estabelecimentos que vendem as bebidas para que as pessoas possam fazer esses ´botellóns´ na rua”.
O presidente da Associação Portuguesa de Bares e Discotecas, Ricardo Tavares, disse, por seu turno, ter dúvidas de que as novas regras na movida do Porto resolvam o problema do fenómeno do ‘botellón’.
“Operacionalmente, acho que isto não vai trazer melhoria nenhuma para a cidade, nem para quem lá vive, só vai trazer mais problemas para os empresários que já têm muitos”, defendeu Ricardo Tavares.
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