Manutenção global dos novos barcos elétricos da Transtejo com novo contrato em julho

  • Lusa
  • 8:03

A empresa que assegura a ligação fluvial entre as margens do Tejo opera "no fio da navalha" no Seixal, Cacilhas e Montijo, alertou a Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal (CUTS).

Um dos novos barcos elétricos da Transtejo que asseguram a ligação entre o Seixal e Cais do Sodré (Lisboa)Lusa

A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal (CUTS) disse esta quarta-feira que o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) garantiu que será assinado em julho um novo contrato de manutenção dos barcos elétricos da Transtejo.

Num documento tornado público sobre a reunião realizada entre a CUTS e o chefe de gabinete do ministério na terça-feira, a comissão adianta que o MIH adiantou que o contrato de manutenção dos barcos incluirá a presença de equipas técnicas em Portugal e penalizações contratuais sempre que os navios estejam inoperacionais por motivos técnicos, eletrónicos ou de software.

Na mesma reunião, segundo a comissão, o ministério confirmou que a situação do Seixal é crítica e reconheceu a ausência de redundância na frota da Transtejo, indicando que a empresa opera “no fio da navalha” não apenas no Seixal mas também noutras ligações como Cacilhas e Montijo.

A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal refere também que foi reconhecido que o projeto de eletrificação da frota, iniciado em 2019, careceu de um planeamento técnico robusto e que o investimento público de aproximadamente 100 milhões de euros, distribuído entre aquisição de navios, baterias, infraestruturas de carregamento e eletrificação de cais, foi descoordenado e insuficiente para garantir um serviço eficaz.

A CUTS reforçou no encontro que há uma degradação generalizada da confiança dos passageiros, o que tem conduzido a uma redução da procura e ao agravamento da sobrelotação noutras ofertas, como a Fertagus.

Relativamente à situação da frota, a comissão adianta que foi comunicado que está prevista para prevê a chegada do 10.º e último navio elétrico e que o abate de navios a diesel será adiado para garantir redundância operacional.

Por outro lado, foi ainda indicado à comissão que está em curso o recrutamento de técnicos especializados nas áreas de Engenharia do Ambiente e Engenharia Eletrotécnica, embora os processos sejam morosos e dificultados pela discrepância salarial entre o setor público e privado.

No que respeita às coimas contratuais, o Ministério informou que a Transtejo se encontra a regularizar as penalizações relativas a 2022 e 2023, em articulação com o IMT.

A CUTS alertou para a necessidade de preparar antecipadamente o sistema para as exigências do outono/inverno, período tradicionalmente mais instável, solicitando a criação de planos de contingência para evitar novo colapso na ligação Seixal-Lisboa.

A Transtejo Soflusa (TTSL) é a empresa responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa. Em 2024, a TTSL transportou na ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa um total de 1.040.043 passageiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Manutenção global dos novos barcos elétricos da Transtejo com novo contrato em julho

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião