Dupla autenticação vai “bloquear” trabalho dos contabilistas, avisa OCC

A bastonária da OCC avisa que a introdução do fator de dupla autenticação no portal das Finanças não é compatível com o trabalho dos contabilistas certificados.

A Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) reconhece a importância do fator de dupla autenticação em termos de reforço de segurança no acesso ao portal das Finanças, mas alerta que vai “bloquear” o trabalho dos contabilistas certificados e pede que se criem condições para que estes profissionais possam exercer as suas funções.

O fator de dupla autenticação “levanta muitas preocupações para todos os contabilistas certificados”, uma “preocupação que temos gerido com o Governo e com as diversas instituições que o estão a implementar”, afirma Paula Franco, bastonária da OCC, na habitual reunião semanal.

Na semana passada, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que autoriza a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) a realizar a despesa de até 14 milhões de euros necessária à aquisição de serviços móveis de voz e dados, voz fixa e de SMS, para o reforço da segurança de acesso ao Portal das Finanças, através do duplo fator de autenticação.

“Percebemos a questão da segurança e da intromissão nos sistemas. É uma preocupação legítima. A segurança informática é uma questão fundamental em todas as organizações”, reconhece Paula Franco.

Mas, avisa, “tem de se criar condições para não se bloquear o trabalho das pessoas e das empresas, nomeadamente dos contabilistas certificados”. O fator de dupla autenticação “não é compatível com o trabalho do contabilista” e “temos avisado os nossos clientes para não aderirem ao duplo fator”.

“O contabilista não consegue trabalhar se não tiver independência face ao duplo fator. Não podemos estar dependentes de chamadas ou de o nosso cliente nos estar a enviar o fator de dupla autenticação para podermos fazer determinadas ações“, aponta a bastonária da OCC, afirmando que é “preciso percebermos o mundo real e muitas vezes quem toma estas decisões não o conhece”.

A funcionalidade, a que os contribuintes podem aderir, “adiciona uma camada extra de proteção no acesso à área reservada do contribuinte no Portal das Finanças”, procurando prevenir “acessos não autorizados”, explicou o Ministério das Finanças, citado pela Lusa.

Depois de aderir, “sempre que se autenticar no Portal das Finanças, com o NIF e a senha de acesso, a AT envia, por SMS, um código de verificação único que o contribuinte terá de introduzir para aceder à sua área reservada”. Neste momento, é possível entrar na área pessoal colocando o NIF e o código de acesso ou fazendo a autenticação usando o Cartão de Cidadão ou a Chave Móvel Digital.

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