Airbus admite que Boeing deve liderar encomendas com ajuda da guerra de tarifas
A Boeing terá assegurado encomendas líquidas de mais de 900 aviões, enquanto a até aqui líder Airbus terá obtido 700.
Depois de anos à frente da corrida ao nível de encomendas de aeronaves, a Airbus admite que este ano deverá a ser a americana Boeing a liderar, ajudada pelas negociações de tarifas entre os Estados Unidos e vários países.
“O fato de estarmos à frente em encomendas há cinco anos significa que nossa carteira de pedidos é muito maior do que a do nosso principal concorrente”, disse o CEO da Airbus, Guillaume Faury, à emissora de rádio francesa France Inter, citado pela Reuters (conteúdo em inglês).
“Mas é verdade que eles foram ajudados pelo presidente americano como parte das negociações de tarifas com vários países, onde as encomendas de aviões se tornaram parte da resolução de disputas comerciais”, disse o CEO.
Na quarta-feira, a Boeing anunciou 908 encomendas de aviões, valor que compara com as 700 da Airbus. Um desempenho que, admite o próprio CEO da Boeing, Kelly Ortberg, contou com o apoio da Administração norte-americana. “A Administração tem sido muito prestável”, com a companhia a beneficiar do apoio de Trump para aumentar as exportações americanas, reconheceu em setembro numa conferência, relata a Reuters.
“A Boeing atribuiu-me o prémio de melhor vendedor da história da Boeing, o que foi um prémio simpático”, disse Donald Trump a um grupo de empresários, segundo a agência noticiosa.
Fontes da indústria admitem que a companhia europeia estava expectante acerca de uma encomenda de 500 aeronaves da China, para concretizar os seus objetivos internos. O CEO não confirmou novas encomendas para esta região, mas que a entrega de 120 aviões já encomendados se mantém. A Airbus está ainda envolvida numa disputa com a brasileira Embraer para a entrega de 100 aviões para a AirAsia.
Em Portugal, através da sua unidade em Santo Tirso, são produzidas secções de fuselagem para as famílias Airbus A320 e A350. A Airbus Atlantic anunciou recentemente que quer expandir em 30% área de produção.
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