Câmara da Guarda quer atrair mais empresas e fixar população
Câmara Municipal da Guarda quer afirmar-se como capital de distrito, atraindo mais investimento, empresas e população. Oposição critica "falta de visão ao longo deste mandato.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, o independente Sérgio Costa, disse esta quinta-feira que está a trabalhar para afirmar a cidade como uma “verdadeira capital” de distrito e onde exista “uma grande qualidade de vida”, atraindo mais empresas, investimento e população.
“Nós [executivo municipal] queremos que a Guarda seja considerada, cada vez mais, como uma capital de distrito, uma capital, uma verdadeira capital, onde as pessoas se sintam bem, onde tenhamos uma grande qualidade de vida”, disse à agência Lusa Sérgio Costa, que tomou posse há um ano, depois de encabeçar a candidatura pelo movimento independente Pela Guarda (PG), que conquistou a autarquia ao PSD.
Segundo o edil, “se se conseguir afirmar tudo isto, o restante vem a seguir”. Até porque, justificou: “As pessoas, as que cá estão, gostam de cá viver, e falarão sempre bem da sua cidade”. Ao mesmo tempo, o município quer dar condições para que as empresas se possam fixar, especificou o autarca, considerando que “todo o tipo de investimento é bem-vindo à Guarda”.
“E esta é a grande aposta. Queremos que as pessoas se fixem na Guarda e que outras pessoas possam vir viver para a Guarda. Afirmar a Guarda como capital de distrito, como a capital da Comunidade Intermunicipal [das Beiras e Serra da Estrela] e criar as condições para melhorar a qualidade de vida dos que cá estão e atrair mais pessoas do exterior”, declarou.
Todo o tipo de investimento é bem-vindo à Guarda.
O autarca independente assumiu, contudo, que é um trabalho que “vai demorar anos” e que há “um grande trabalho a fazer para que isto seja possível num futuro próximo”. Mas faz um balanço “francamente positivo” do trabalho realizado no primeiro ano do mandato e garantiu que a equipa que lidera está a fazer “paulatinamente” o que propôs no programa eleitoral.
“Temos tido um trabalho incessante ao longo deste ano, de reorganização dos serviços, com a nova lei orgânica e com os concursos da chefia de divisão, que estão a decorrer, para que, no mais curto espaço de tempo, essa reestruturação possa ser estabilizada e continuarmos, assim, na senda da nossa governação”, disse.
Ao longo do primeiro ano de mandato, “já muita coisa foi feita”. Apontou, como exemplo, o trabalho realizado ao nível da economia social, com a atribuição de meio milhão de euros para 14 instituições sociais executarem os projetos para se candidatarem a fundos comunitários destinados à criação de novas valências ou à realização de investimentos.
“Nunca, na Câmara da Guarda tinham sido aprovados tantos projetos em tão pouco tempo”, sublinhou, prevendo que sejam apoiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e criados mais de 200 postos de trabalho.
O município também adquiriu um edifício no centro histórico para instalação de um centro tecnológico, que abrirá em breve, com condições para que as empresas do setor se fixem no território.
Na área da saúde, para além da constituição do Conselho Consultivo da Saúde Local, foi celebrado um protocolo com a administração da Unidade Local de Saúde para custear até 150 mil euros o projeto de execução do Centro de Investigação Nacional do Envelhecimento.
Por outro lado, o responsável lembrou que concretizou o processo de transferência de competências para as Juntas de Freguesia. “Fomos a primeira Câmara da região e das primeiras do país a fazer este processo, e com sucesso. Com um sucesso tal que foi aprovado por unanimidade na Assembleia Municipal e que nos leva a transferir mais de um milhão de euros anualmente para as Juntas de Freguesia”, referiu.
O executivo da Câmara Municipal da Guarda é composto por três eleitos do PG (Sérgio Costa, Amélia Fernandes e Diana Monteiro), três do PSD (Carlos Chaves Monteiro, Lucília Monteiro e Vítor Amaral) e um do PS (Luís Couto).
Oposição diz que “falta visão” e “dimensão de política”
Os dois partidos que estão na oposição na Câmara Municipal da Guarda consideraram, por seu lado, que “falta visão” e “existe uma clara falta de dimensão de política nas várias áreas” do executivo liderado pelo independente Sérgio Costa.
O vereador socialista Luís Couto referiu à Lusa que “há, da parte da vereação da oposição, um desconhecimento da estratégia que o executivo pretende implementar, desconhece-se o pensamento, as ações que se pretendem promover para assegurar o bom futuro deste concelho”. Além disso, continuou, “existe uma clara falta de dimensão de política nas várias áreas, da habitação, do espaço urbano, da inovação, da digitalização”.
Um ano após a tomada de posse, o vereador Carlos Chaves Monteiro (PSD), num depoimento por escrito enviado à Lusa, fez o balanço do trabalho feito por Sérgio Costa e, sobre o grau de independência dos membros do movimento, disse que é “frágil e quase ilusória”. Lembrou que “muitos deles são antigos militantes do PSD” e o líder, agora presidente, “foi corresponsável pela direção política e executiva do município ao longo de dois mandatos”.
“Estamos sem rumo e atolados num amorfismo confrangedor. A esperança num futuro melhor tem, agora, pés de barro, podendo esboroar-se num curto espaço de tempo”, afirmou. Para o PSD, Sérgio Costa “não tem discernimento para aproveitar o que de bom que veio de trás e para o concretizar”.
“Com este executivo, no ano de 2022, pouco ou nada aconteceu além dos berros de retórica política de vitimização, de um presidente coitadinho que ‘chegou agora’ e que responsabilidade nenhuma tem sobre a obra do passado”, criticou.
“Passado um ano, cremos ser tempo de, de uma forma clara e sustentada, todos os que formamos o concelho da Guarda e o queremos afirmar, conhecermos como se propõe este executivo cumprir aquilo que prometeu aos munícipes”, referiu, por sua vez, o vereador socialista Luís Couto.
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