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Tribunal de Moscovo mantém detido jornalista americano

Rafael Ascensão,

"As acusações contra o Evan não têm fundamento, e pedimos à federação russa que o liberte imediatamente", disse, à saída do tribunal, a embaixadora norte-americana na Rússia, citada pela CNN.

O Tribunal de Moscovo recusou esta terça-feira o pedido de Evan Gershkovich para mudar a sua detenção para prisão domiciliária. O repórter do The Wall Street Journal foi detido no dia 30 de março pelos serviços de segurança russos, acusado de espionagem.

O norte-americano encontra-se detido na prisão de Lefortovo à espera do julgamento e assim deverá permanecer até 29 de maio, altura em que o período de detenção deverá ser alargado, avança o The New York Times.

Naquela que foi a sua primeira aparição em público desde a detenção, Gershkovich marcou presença no tribunal dentro de uma cela de vidro, revela a CNN. Lynne Tracy, embaixadora norte-americana na Rússia, foi fotografada ao lado da cela, junto dos advogados.

As acusações contra o Evan não têm fundamento, e pedimos à federação russa que o liberte imediatamente“, disse a embaixadora à saída do tribunal esta terça-feira, citada pela CNN. Tracy referiu também ter falado com o jornalista na segunda-feira e que o mesmo “permanece forte e de boa saúde”.

Segundo o The New York Times, Maria Morchagina, uma das advogadas, disse que o jornalista detido fez uma declaração na sessão do tribunal onde se disse “preparado para se defender”. A advogada afirmou ainda que Gershkovich estava pronto para firmar o seu direito a um jornalismo livre e que agradecia o apoio de todos.

Na altura da detenção, o FSB, entidade de segurança russa sucessora do KGB, justificou a ação afirmando que Gershkovich “estava a agir sob ordens dos Estados Unidos para recolher informação sobre as atividades de uma das empresas do complexo industrial militar russo que constitui um segredo de Estado“ e que este tinha sido apanhado em flagrante, revelou a Associated Press.

Tanto o governo norte-americano como o The Wall Street Journal têm negado as acusações, mostrando-se solidários com o jornalista.

Evan Gershkovich, jornalista norte-americano nascido em 1991, encontrava-se a fazer a cobertura da Rússia e da Ucrânia. Antes trabalhou na Agence France-Presse e no The Moscow Times. Perante as acusações, arrisca-se a cumprir até 20 anos de prisão.

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