Vice pode estar a preparar-se para declarar falência
O Vice Media Group cresceu a partir de uma revista (1994), tornando-se global e mais diversificada. A Disney tentou comprar a empresa em 2015 por cerca de 2,7 mil milhões de euros.
A Vice prepara-se para declarar falência, algo que poderá ocorrer nas próximas semanas, dizem fontes envolvidas na operação ao The New York Times. Para evitar a falência, a empresa encontra-se à procura de comprador.
Segundo as informações avançadas pelo NYT, já houve mais de cinco empresas a demonstrar interesse na aquisição do Vice Media Group, no entanto, essa possibilidade parece ser cada vez mais remota.
A empresa que já foi avaliada em 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 5,2 mil milhões de euros) em 2017, encontra-se assim a um passo de entrar no período mais negro da sua existência. Se o cenário de falência se vier a verificar, o grupo de investimentos Fortress, o maior detentor da dívida da Vice, pode acabar no controlo da empresa, revela ainda o jornal norte-americano.
Neste caso, a Vice iria continuar normalmente e seria feito um leilão de venda da empresa ao longo de um período de 45 dias, onde a Fortress se apresentaria como a compradora mais provável. Ao contrário de outros investidores da Vice – como a Disney ou a Fox – a Fortress é a primeira a ser paga no caso de uma venda. A Disney, que já reduziu os seus investimentos na companhia, não está a obter retorno, segundo uma pessoa afirmou ao NYT.
“O Vice Media Group tem estado envolvido numa avaliação abrangente de planeamento e alternativas estratégicas. A empresa, os seus diretores e stakeholders, continuam focados em encontrar o melhor caminho para a empresa”, afirmou a Vice em comunicado na segunda-feira.
Depois de o BuzzFeed ter anunciado o encerramento do BuzzFeed News (e o corte de 15% da sua força de trabalho), parece que a crise bateu agora à porta de outra empresa relacionado com o setor dos media.
Na semana passada, a Vice Media divulgou que iria cancelar os seus programas de televisão “Vice News Tonight”, como parte de uma restruturação na empresa, o que poderá resultar em mais de cem empregados colocados em lay-off, segundo o The Guardian, bem como o encerramento do Vice World News.
O Vice Media Group cresceu a partir de uma única revista canadiana, fundada em 1994. Ao longo dos anos transformou-se numa empresa global e mais diversificada, incluindo no seu portfólio um estúdio cinematográfico, uma agência de publicidade ou uma série transmitida na HBO.
Depois de ter investido milhões na Vice, a Disney tentou comprar a empresa em 2015 por mais de três mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros), mas sem sucesso, revela o NYT.
A Vice acabou por se ver envolvida num mercado “pessimista” para as empresas de media, tentando obter lucros durante alguns anos, mas sempre sem sucesso, refere ainda o jornal norte-americano. Agora o ponto final na história da empresa pode estar próximo.
Atualmente, a Vice conta com 35 sedes a nível global e cria 1500 peças diariamente, entre as suas cinco áreas de negócio: a revista digital, a Vice Studios (estúdio de produção de filmes e televisão), a Viceland (um canal de televisão internacional), um departamento de notícias e a Virtue (agência criativa a nível internacional, com 21 escritórios pelo mundo).
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