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Sustentabilidade é prioridade na compra de produtos tecnológicos, revela estudo

Rafael Ascensão,

Segundo o "Consumer Life", da GFK, também os produtos recondicionados parecem ser uma tendência crescente, sendo que 27% dos consumidores mundiais já compraram algum produto em segunda mão.

A sustentabilidade é encarada como um fator-chave na hora da compra de produtos tecnológicos pelos consumidores, que estão dispostos a pagar mais por produtos que sejam mais amigos do ambiente, revela o estudo “Consumer Life”, da GFK.

As preocupações ambientais são assim um dos critérios que mais influenciam a compra de produtos tecnológicos com maior durabilidade, adiantando o estudo que a alteração dos rótulos energéticos dos eletrodomésticos, lançada pela União Europeia em março de 2021, teve implicações diretas nas vendas.

Em apenas um ano, a venda de produtos de classe A (topo da classe energética) mais do que duplicou, apresentando estes uma quota superior a 60% em alguns países e categorias. Também os preços mudaram, sendo que em 2020 o preço médio de uma máquina de lavar loiça A+++ (rótulo antigo) na Europa era de 688€ e que em 2022, os consumidores pagaram uma média de 1.438€ pelo mesmo produto com um rótulo A.

Nos próximos anos prevê-se que os eletrodomésticos energicamente mais eficientes continuem a ganhar espaço no mercado, à medida que a norma passe a rotular progressivamente os produtos entre A e C”, refere em comunicado a GFK Portugal.

Segundo o mesmo estudo, também os produtos recondicionados parecem ser uma tendência crescente, sendo que 27% dos consumidores mundiais já compraram algum produto em segunda mão. Os smartphones continuam a dominar este mercado, mas os computadores e consolas de jogos também estão a crescer.

Este movimento pode justificar-se pelos sinais de saturação que se têm verificado no mercado global dos smartphones, com as taxas de crescimento em declínio“, explica a GFK Portugal, apontando dados que revelam que em França, em 2022, os aparelhos recondicionados registaram uma taxa de crescimento de 24% em valor face ao ano anterior. Já os dispositivos novos registaram um crescimento bastante menor, de apenas 3%.

“Na análise global é preciso compreender que para os consumidores o meio ambiente é uma prioridade constante que tende a manter-se, independentemente de eventuais novas preocupações. Os principais indicadores demonstram ainda que os mercados começam a ser impulsionados por iniciativas sustentáveis, que vão além da alteração de rótulos“, observa a GFK Portugal, em comunicado.

Ainda segundo a empresa, a “questão para a indústria de Bens de Consumo Tecnológico com maior durabilidade não é ‘se’, mas ‘quando’ os consumidores vão colocar a sustentabilidade como um fator de exclusão no momento da compra“.

“É cada vez mais relevante que a estratégia da indústria seja dedicada à sustentabilidade, através da implementação de processos de produção mais ecológicos e só depois partir para a comunicação das mensagens certas, evitando assim uma imagem de greenwashing“, conclui a GFK Portugal.

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