Plano Nacional de Literacia Mediática terá dotação de cerca de meio milhão de euros
O Plano Nacional de Literacia Mediática, que terá de ser apresentado num prazo de 90 dias, será integrado, com autonomia, no contexto do Plano Nacional de Leitura.
O Plano Nacional de Literacia Mediática, cujas linhas orientadores foram aprovadas esta quinta-feira pelo Governo, vai contar com uma dotação própria de “um pouco mais de meio milhão de euros”, adiantou aos jornalistas Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, à saída de uma conferência sobre Literacia Mediática, em Braga.
Segundo o ministro, na sequência da aprovação em Conselho de Ministros, existe agora um prazo de 90 dias para a criação do plano que pretende “promover o combate à desinformação e à divulgação de conteúdos falsos, junto da população, com especial enfoque na população em idade escolar” e para a apresentação de um plano de atividades para os próximos anos.
O Plano Nacional de Literacia Mediática será integrado, com autonomia, no contexto do Plano Nacional de Leitura, explicou Adão e Silva, o que permite “uma capilaridade e aproveitar aquilo que é a rede do PNL para promover a literacia mediática, essa que já é, aliás, também uma das responsabilidades do Plano Nacional de Leitura”.
O responsável pela pasta da Cultura destacou o facto de o foco do projeto não incidir apenas na população em idade escolar, mas no conjunto da população, sublinhando que “muitas das pessoas que não são nativos digitais, são precisamente aquelas que estão mais expostas às notícias falsas e desinformação“.
Por outro lado, o Plano Nacional de Literacia Mediática permitirá uma humanização do trabalho jornalístico, ao mostrar como decorre a produção de informação e de notícias e quais os critérios e métodos associados a esta produção, explicou Pedro Adão e Silva, acrescentando que “estes aspetos são fundamentais” e que literacia mediática é um “instrumento crucial para aquilo que é o conjunto das nossas relações sociais de forma mais vasta“.
Ressalvando que os fenómenos de desinformação e de notícias falsas não surgiram apenas nos últimos 15 ou 20 anos com a disseminação da internet mas que têm um longo passado histórico, Pedro Adão e Silva defendeu que “há hoje contornos novos na forma como a desinformação é disseminada”, desinformação essa que “está muito associada ao discurso de ódio” e que se manifesta em temas como o da igualdade, do racismo ou do desporto.
Todas estas dimensões vão ser tratadas no Plano Nacional de Literacia mediática, avançou o ministro com a tutela da comunicação social, “porque há de facto aspetos e domínios da nossa vida coletiva, onde a desinformação e as escassas competências da literacia mediática ajudam a explicar o discurso de ódio“. No desporto “é particularmente verdade”, acrescentou.
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