“As pessoas não pagam por conteúdo, pagam por comunidades”
Como alcançar a fidelização de seguidores e a monetização dos conteúdos produzidos foram algumas das questões que estiveram em análise no debate "Your audience, your profits", na Web Summit.
“As pessoas não pagam por conteúdo, pagam por comunidades“, defendeu Sergio Fernández, fundador da IPP Formación, no debate “Your audience, your profits“, na Web Summit. Audiências e comunidades, interação ou conteúdo foram alguns dos temas abordados numa discussão sobre como os criadores de conteúdo podem monetizar o seu trabalho, na qual participaram criadores de conteúdos de ensino.
Conforme defendeu Sergio Fernández, os seguidores querem que os criadores de conteúdo preparem e criem uma comunidade à qual possam pertencer e partilhar os mesmos valores, sendo que isso depende de os criadores terem “valores” que consigam atrair pessoas para a comunidade.
Tiffani Claiborne, fundadora e criadora do canal e plataforma “Speak English With Tiffani“, concordou com esta ideia de comunidade referindo que, embora inicialmente apenas disponibilizasse alguns conteúdos mediante uma subscrição individual, o facto de depois ter optado por criar comunidades “mudou a experiência dos alunos”, pelo facto de estes poderem partilhar a sua experiência com outras pessoas.
Segundo Claiborne, criar uma comunidade pode transformar o negócio, pois é pela própria comunidade que as pessoas se apaixonam e não apenas pelo conteúdo.
A criadora de conteúdos defendeu ainda que a autenticidade cria engagement e que esse é um elemento preponderante para o sucesso dos conteúdos, referindo que é isso que atrai as pessoas e que leva à criação de comunidades cada vez mais fortes.
“Se te focares nas pessoas e em servi-las, elas nunca vão parar de te acompanhar“, afirmou, acrescentando que cabe aos criadores perguntarem-se continuamente do que é que os seus seguidores precisam. Isso, em conjunto com a autenticidade, são as duas coisas mais importantes, argumentou.
Embora o número de seguidores seja importante, este não vale só por si, defendeu por sua vez João Pedro Resende. Segundo o co-fundador e CEO da plataforma Hotmart, por vezes os criadores de conteúdos com mais seguidores são os que têm mais problemas em monetizar a sua atividade, acrescentando que o interesse e participação são indicadores mais importantes para a monetização do que um grande número bruto de seguidores.
Sergio Fernández também defendeu que o número de seguidores é apenas importante “até certo ponto”. O fundador da IPP Formación disse ainda que sempre prestou atenção às pessoas e nunca ao algoritmo, até porque “quando queres saber das pessoas, elas querem saber de ti” defendeu, acrescentando que, além disso, são as pessoas que pagam e não o algoritmo.
Ainda dentro do tema, João Pedro Resende acrescentou que é importante que se consiga perceber como transformar as visualizações em subscrições e, depois, os subscritores em consumidores, deixando ainda um alerta quanto à importância do uso de diferentes plataformas.
“Se apenas confias numa plataforma para monetizar o teu trabalho, isso pode ser um problema“, disse, sublinhando a necessidade de cada criador conseguir aliciar os seus seguidores de forma a levá-los para uma plataforma que consiga monetizar.
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