2024, o ano de todos os standards na publicidade digital

  • Fernando Parreira
  • 15 Janeiro 2024

Será relativamente fácil para as empresas avançarem para o “try-and-error”, mas o que se impõe é que o mercado português tenha condições para perceber onde está o real valor destes novos modelos.

Este é um ano que se afigura como realmente disruptivo para a indústria do marketing e publicidade digital. Para além do, muito adiado, fim das 3rd-party-cookies, 2024 traz-nos um conjunto de novas realidades que prometem serem verdadeiros “quebra-cabeças” para anunciantes, empresas de media, agências ou plataformas tecnológicas.

Deixem-me enumerar alguns dos desafios que estas empresas terão de endereçar no curto prazo:

  • Definir até que ponto a inteligência Artificial deve interferir nos processos criativos e de execução de compra de inventário digital;
  • Decidir se os desenvolvimentos dos modelos de atribuição deverão ser geridos mais pelos “humanos” ou se a gestão deverá ficar entregue à Inteligência Artificial;
  • Estruturar uma abordagem à coleta de 1st-party-data que permita substituir com eficácia o desaparecimento das soluções habituais de targeting baseadas em cookies;
  • Entender como é que poderão incorporar novas métricas como, por exemplo, a “Atenção” na tomada de decisão dos investimentos publicitários;
  • Avaliar como é que novas soluções de publicidade, como o retail media ou as connected-TV, devem passar a fazer parte da respetiva estratégia;
  • Perceber como podem tirar proveito do crescimento exponencial de todo o ecossistema de áudio digital (Streaming, Podcasts e/ou Assistentes Pessoais);
  • Incorporar na estratégia a preocupação pela sustentabilidade do meio ambiente das respetivas campanhas de publicidade digital.

Como normalmente acontece, será relativamente fácil para as empresas avançarem rapidamente para o “try-and-error”, mas o que se impõe neste momento é que o mercado português tenha condições para perceber onde está o real valor destes novos modelos/soluções e incorporá-los asap nas suas estratégias (sob pena de perder um comboio que, ou irá trilhar muito rapidamente em carris nacionais, ou em hubs estrangeiros).

É neste contexto que o IAB Portugal assume como um dos seus objetivos estratégicos para 2024 a temática dos standards. Chamo à atenção de que não estamos a falar da definição de formatos como aconteceu no início do século XXI, mas sim conseguir endereçar a explicação das diferenças entre formatos, tipos de medição e KPIs endereçáveis.

  • Fernando Parreira
  • Diretor de negócios Sapo e presidente do IAB Portugal

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