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CT da TSF lamenta falta de resposta da Comissão Executiva sobre os salários

Lusa,

Os trabalhadores não sabem se vão receber o salário de janeiro. Quem aderiu ao plano de rescisões, também não tem resposta sobre a sua saída.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da TSF lamentou esta quarta-feira a falta de resposta da administração da Global Media sobre o pagamento dos salários.

Em comunicado, a que a Lusa teve hoje acesso, a CT da TSF adianta que questionou “atempadamente a Comissão Executiva [liderada por José Paulo Fafe] sobre o pagamento dos salários deste mês, mas, infelizmente, não teve resposta sobre a data em que pretende fazer o pagamento“.

A CT da rádio TSF “lamenta, uma vez mais, que um tema tão sensível como este não mereça resposta, tampouco um aviso aos trabalhadores que voltam a entrar num novo mês sem saberem quando vão poder cumprir com as suas responsabilidades financeiras”.

Além disso, o órgão que representa os trabalhadores da rádio refere que “teve conhecimento de que foram feitas propostas de trabalho a recibos verdes a trabalhadores com quem a empresa não quis renovar contratos“, denunciando a “ilegalidade da situação”.

A CT “repudia veementemente esta tentativa de tentar contornar a evidente escassez de recursos humanos, através de métodos ilegais, que estimulam a precariedade laboral e, a acontecerem, representariam a abertura de um precedente muito grave na empresa”.

Face a isto, a “Comissão de Trabalhadores da TSF, eleita para defender os direitos dos trabalhadores, comunicou este facto à Autoridade para as Condições do Trabalho”.

Ainda no âmbito do tema dos recursos humanos, “a Comissão de Trabalhadores da TSF manifesta a sua perplexidade com o facto de os trabalhadores da rádio que aderiram ao plano de rescisões proposto pela administração não tenham, até ao momento, um vislumbre de como e quando se efetua a sua saída, num evidente desrespeito pelas vidas e carreiras destas pessoas”, remata o órgão.

Em 25 de janeiro, os trabalhadores da Global Media que tinham o salário de dezembro em atraso receberam o vencimento, depois do grupo Bel ter dado uma garantia à Vasp para adiantar dinheiro ao grupo.

Falta ainda pagar o subsídio de Natal e realizar os pagamentos aos prestadores de serviços.

Em 6 de dezembro, a Comissão Executiva da GMG anunciou que iria negociar “com caráter de urgência” rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

Argumentou também que “face aos constrangimentos financeiros criados pela anulação do negócio da Lusa”, o pagamento “do subsídio de Natal referente ao ano de 2023 só poderá ser efetuado através de duodécimos, acrescido nos vencimentos de janeiro a dezembro do próximo ano”.

Em 28 de dezembro, a Global Media informou os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave”.

De acordo com a informação da ERC, a participação efetiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção direta de 41,51% e da indireta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%.

O fundo WOF tem uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG. Por sua vez, o Grupo Bel detém uma participação indireta de 17,58%. A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,350% e José Pedro Soeiro 20,400%.

Resumindo, a Global Media é detida diretamente pela Páginas Civilizadas (41,510%), KNJ (29,350%), José Pedro Soeiro (20,400%) e Grandes Notícias (8,740%).

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