Time Out Market chega ao Porto em maio com 12 restaurantes e uma torre de 21 metros
Projeto construído na ala sul da Estação de São Bento soma 16 espaços, incluindo 12 restaurantes, dois bares e uma torre de 21 metros em ferro e vidro.
O Time Out Market, em S. Bento, no Porto, cuja abertura chegou a estar prevista para o final de 2023, vai ser inaugurado em maio, pretendendo afirmar-se como “um novo centro gastronómico e cultural da cidade”, foi anunciado esta quarta-feira.
“O Time Out Market é um conceito que valoriza e celebra o melhor do Porto e estamos muito entusiasmados por, em breve, abrirmos portas. Selecionámos chefs premiados, restaurantes reconhecidos e alguns tesouros locais – todos representam a incrível cena gastronómica do Porto. Reunimo-los num espaço único, renovado por Souto de Moura, um dos maiores nomes da arquitetura nacional. Estamos dedicados a fazer do Time Out Market Porto um novo centro gastronómico e cultural da cidade e uma mais-valia para a baixa portuense”, afirma Inês Santos Almeida, diretora-geral do Time Out Market Porto, citada em comunicado.
Estamos dedicados a fazer do Time Out Market Porto um novo centro gastronómico e cultural da cidade e uma mais-valia para a baixa portuense.
O projeto de arquitetura da autoria do portuense e Pritzker Eduardo Souto Moura, ocupa uma área de cerca de dois mil metros quadrados onde vão funcionar 16 espaços: 12 restaurantes, dois bares e uma torre com duas unidades com vista privilegiada sobre a cidade e um espaço exterior.
A torre de 21 metros em ferro e vidro – considerada “intrusiva” pela Unesco – é inspirada nos reservatórios de água elevados que existiam junto às estações ferroviárias.
Numa informação remetida à Lusa, a Time Out refere que o dia exato será anunciado em breve, assim como os restantes nomes que vão marcar presença na ala sul da centenária Estação de S. Bento.
A abertura do Time Out Market chegou a estar prevista para os meses de novembro ou dezembro de 2023, contudo, acabou por ser adiada. À data, o gabinete de comunicação da Time Out justificava o adiamento com a dimensão do projeto em causa.
O projeto do Time Out Market para a ala sul da Estação de São Bento, cujas obras avançaram em março de 2023, implicou um investimento na ordem dos 7,5 milhões de euros e a recuperação do edifício existente, anteriormente utilizado como zona de apoio à estação, assim como o espaço exterior.
Construída ao lado do edifício principal, a torre de 21 metros, em ferro e vidro, é “a grande peça central e fundamental” do projeto que, no respeito pela DNA do edifício, acaba por ser “uma renovação”, salientava em declarações à Lusa, em agosto de 2023, a vice-presidente para a Península Ibérica Ana Alcobia.
À data, a responsável afirmava ainda não temer o regresso da contestação em torno da construção da torre, mostrando-se confiante que “instalação” de Souto Moura irá ser entendida como “uma peça de arte”.
Aquando do seu anúncio, em 2016, o projeto foi alvo de críticas, tendo o seu promotor, em 2017, ano para o qual estava pensada a sua abertura, decidido suspender a apreciação do Pedido de Informação Prévia relativo ao mercado que pretendiam instalar na Estação de S. Bento, depois de críticas do então vereador do Urbanismo, Rui Losa, que apelidou de “inqualificável” a proposta da Time Out para a estação, classificada como monumento nacional.
Envolto em polémica desde então, o projeto viria a ser aprovado, em maio 2019, pela Direção-Geral do Património Cultural, apesar das críticas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS, órgão consultivo da UNESCO para o património, que recomendou que o projeto não fosse aceite.
Num primeiro parecer, de 02 de abril de 2018, o ICOMOS defendia que o projeto era um “exemplo de demolição excessiva” e “fachadismo” e não tinha “em conta as recomendações internacionais em matéria de intervenção sobre património construído”.
Sobre a torre de 21 metros, considerava que “não teria impacto visual no meio envolvente”, uma vez que, “na sua cota máxima, não ultrapassa a cota da gare”, posição que viria a alterar após informações adicionais, recomendando a sua redução.
Em janeiro de 2021, o projeto surgiu como uma das 14 obras ou projetos que punham em risco o valor patrimonial do Centro Histórico do Porto classificado como património mundial desde 1996, incluído no mais recente Relatório Mundial sobre Monumentos e Sítios em Perigo.
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