
A imagem de marca de um país tem asas
Improvisar dá jeito e é um desporto nacional, mas preparar - tudo e sempre - em cima do joelho, não estimar custos mensuráveis e imensuráveis e danos reputacionais é um calcanhar de Aquiles.
Em pleno verão, qual a primeira imagem de marca de um país? Os aeroportos. Quem nos visita chega, em grande parte, por via aérea e o primeiro impacto não tem sido o melhor.
Os aeroportos nacionais têm deixado muito a desejar. Em causa estão os novos sistemas de controlo de fronteiras. Quem chega à capital portuguesa e vem de fora da dos 27 países da União Europeia (UE) tem enfrentado horas de fila e até houve relatos de desmaios. O caos já se arrasta desde maio e os relatos dos passageiros foram audíveis nas televisões: “péssima experiência”. Num país cada vez mais dependente do turismo, a imagem e o serviço nos aeroportos tem de ser exemplar.
O Sistema de Segurança Interna (SSI) anunciou a implementação dos novos sistemas ‘VIS4EES’, ‘Passe+’ e ‘Portal Fronteiras’ nas fronteiras aéreas e marítimas ao nível europeu. O SSI assegurou que estes sistemas “trazem uma gestão mais automatizada, rigorosa e eficiente da entrada e saída de cidadãos nacionais e estrangeiros no espaço Schengen, com impacto direto no controlo de vistos, registo biométrico e histórico de movimentos de cidadãos de países terceiros”. Mas mudar de sistema não justifica tudo o que aconteceu de lá para cá.
Um bom plano de gestão de mudança poderia ter feito milagres pela imagem de marca de Portugal. Infelizmente, as organizações só se lembram dos planos de gestão da mudança quando se vêm confrontadas com a inevitabilidade de um plano de gestão de crise reativo, porque já não existe a possibilidade de aplicar uma solução preventiva. Improvisar dá jeito e é um desporto nacional, mas preparar – tudo e sempre – em cima do joelho, não organizar e não planear, não estimar custos mensuráveis e imensuráveis e danos reputacionais é um calcanhar de Aquiles nacional.
Importa corrigir a estratégia em matéria de acolhimento e turismo, a começar pelas infraestruturas aeroportuárias. Receber bem é meio caminho andado para criar a repetição na compra e a lealdade de um cliente. E se o país quer continuar a crescer por aqui, já está na hora de colocar o tema nas prioridades da agenda económica.
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