Catarina, a Grande… confusão de relações públicas
Já hoje, dias depois de o texto estar escrito, Kate Middleton tomou os pulsos da narrativa. Num vídeo emotivo, expôs a verdade e terá calado os críticos. Como eu.
Ele há coisas básicas nisto da comunicação. Se não controlamos a narrativa, alguém a apanha por aí, no ar, e faz dela o que quiser. Não faltam casos, mas o tema volta a ganhar destaque a propósito dos rumores em volta de Catarina, ou Catherine, ou Kate.
Catarina, casada com o futuro Rei de Inglaterra, estará a recuperar de um problema de saúde que a obriga a estar longe da curiosidade dos media e dos olhares dos seus súbditos e admiradores. Que melhore rapidamente, claro.
Mas a estratégia de comunicação tem sido, no mínimo, estranha, pelo menos para quem não tem os dados todos. Não admira que, segundo notícias muito recentes, os príncipes de Gales procurem alguém especialista em Relações Públicas.
Voltemos um pouco atrás. A meio de janeiro, o Palácio de Kensington anunciou num comunicado que Catarina tinha sido submetida a uma cirurgia abdominal que a deixaria mais recolhida até à altura da Páscoa. Fez-se o anúncio, mas não se falou na causa. Disse-se apenas que não era cancro. Primeiro grande erro. Achar que uma declaração evasiva seria suficiente foi apenas ingénuo e fez com que jornalistas e todos os ingleses imaginassem uma qualquer maleita. A narrativa da ausência de Catarina do espaço público passou a ser de todos – menos da própria.
Enunciar o problema de saúde não esvaziaria a curiosidade dos media mais intrometidos, mas ajudava a evitar toda esta especulação. E a princesa poderia, como se diz, usar a sua plataforma para fazer alguma disease awareness. Aposto que, pelo menos na sua ilha, milhões passariam a saber mais sobre a doença e poderiam apostar em diagnósticos mais precoces.
Depois, veio a foto. No Dia da Mãe, celebrado a 10 de março no Reino Unido, William tirou uma fotografia à família, mas foram detetadas manipulações na imagem publicada na conta de Instagram. Catarina, mestre amadora do Photoshop, fez mea culpa, mas a conclusão só poderia ser uma: alguém quer/está a esconder alguma coisa. Depois, numa aparição falsamente casual, Catarina foi filmada, juntamente com o marido, depois de uma ida às compras. Mas o mistério continua, até porque, nas redes sociais, há quem acredite que a mulher presente no vídeo não é a princesa de Gales. Afinal, o que se passa? Onde está Catarina?
Não é certo que, nos próximos dias, tenhamos uma resposta para estas questões e este será, certamente, um tema que vai continuar a dar que falar e a dar azo a teorias da conspiração, pelo menos nas redes sociais. Por isso, pergunto: não seria melhor, para a Casa Real, controlar a narrativa, usando a verdade, de forma transparente? Esta sempre seria uma estratégia…real.
PS: Já hoje, dias depois de o texto estar escrito, Kate Middleton tomou os pulsos da narrativa. Num vídeo emotivo, expôs a verdade e terá calado os críticos. Como eu.
(artigo atualizado às 18h35)
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