Gerir pessoas dá muito trabalho. Gerir clientes ainda mais
Não precisamos de dar tudo o que pedem, nem tudo o que achamos que querem. Suprir as suas necessidades é importante. Suprir todos os seus desejos é desastroso. A frustração faz parte do processo.
No âmbito do percurso profissional há um marco incontornável, muito importante na vida de qualquer profissional. O dia em que passamos a gerir uma equipa. Além de nós e das nossas próprias exigências passamos a liderar outros profissionais. A primeira reação é o típico, OMG #naoseilidar.
Gerir pessoas é uma equação permanente de gerir expectativas e as sensibilidades de cada um e de todos. Manter a equipa motivada e tirar o melhor das pessoas que trabalham connosco é o maior desafio – a gestão destas questões humanas ocupa a maior parte do tempo da agenda de um gestor. É muito desafiante manter uma equipa motivada, estável e equilibrada. É preciso orientar convenientemente as pessoas e perceber o que elas querem, o que cada uma delas precisa para estar bem e para dar o seu melhor. Gerir pessoas dá mesmo muito trabalho.
Não é muito diferente do exercício que se tem de fazer com os clientes/marcas – uma equação permanente de gerir expectativas e as sensibilidades de cada um e de todos. De uma forma bastante simplista, acredito que nos cruzamos com dois tipos declientes: por um lado, o A que já sabe tudo e, por outro, o B que tudo quer experimentar.
As pessoas do A de mindset fixo, acham que aprendem pouco com os outros – acreditam que as coisas são como são e não há muito de diferente a fazer, tendem a desvalorizar o esforço. Lidar com este tipo de clientes pressupõe um bom jogo de cintura, muito chá e bastante resiliência.
Do lado oposto temos os B, as pessoas de mindset de crescimento, que pressupõe uma disposição para experimentar, para fazer coisas novas. Esta atitude mental dá-lhes a liberdade necessária para procurar novas soluções e novos caminhos. A experiência faz parte do processo, não há ideias tolas e não é um bloqueio.
Advogam que independentemente do que acontece, devemos concentrar-nos no que depende de nós – a forma como reagimos, como aprendemos – e isso determina a postura como encaramos o mercado. É uma delícia trabalhar com este tipo de pessoas. A que nos faz sonhar.
Seja com as equipas que gerimos, ou com os clientes com que lidamos, encontraremos sempre pessoas difíceis, momentos duros, contrariedades. Não precisamos de dar tudo o que pedem, nem tudo o que achamos que querem. Suprir as suas necessidades é importante. Suprir todos os seus desejos é desastroso. A frustração faz parte do processo.
A nossa geração aprendeu a misturar desejo e necessidade, mas uma pessoa que não se frusta não aprende resiliência. Sem resiliência, não aprende o valor do esforço. Sem esforço, não conquista nada. Sem conquistar nada, não é feliz. E nós queremos equipas e clientes felizes!
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