Banca reforça equipas e meios para levar os milhões da bazuca às empresas
Bancos reconhecem a importância da vaga de fundos europeus para a recuperação da economia e todos querem estar na linha da frente. Campanhas de comunicação ajudam a posicionar junto dos clientes.
“Os fundos europeus estão a chegar. E agora?”. “Resiliência é connosco. Vamos lá!” Estes são apenas alguns dos slogans que os bancos escolheram para promover a bazuca junto dos seus clientes. Ninguém quer ficar de fora e entre os principais bancos todos garantem estar na linha da frente, com estratégias de comunicação desenhadas à medida e equipas especializadas.
A Caixa Geral de Depósitos, além de campanhas em vários meios de comunicação, criou uma página específica para o PRR. Tem uma landing page com a sistematização das ofertas ao nível do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), do Portugal 2020 (o atual quadro comunitário de apoio) e o Portugal 2030 e foram enviados emails assinados por Paulo Macedo a cerca de 60 mil empresas Caixa com a publicitação dos serviços que o banco do Estado oferece aos seus clientes “em todas as fases do ciclo de vida das candidaturas e dos projetos”.
O envio de emails de marketing foi também uma opção do Millennium bcp, que assume ter “um plano de meios de campanha bastante ambicioso, com forte presença em sucursais, digital, redes sociais, rádio e imprensa”, explicou ao ECO fonte oficial do banco. Esta campanha foi lançada no início de julho, mas na verdade começou bem antes com a elaboração prévia de 11 snapshots temáticos/setoriais sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Depois foram enviados emails aos clientes a explicar a importância do acordo alcançado entre Portugal e a Comissão Europeia assim que foi tornada pública a aprovação do PRR com o envio de aos clientes.
“A estratégia de comunicação sobre os fundos será faseada, de acordo com os próprios momentos e estádios de aplicação dos planos em si, prevendo-se uma atividade comunicacional contínua até ao final de 2021 e, inclusive, em 2022”, explicou a mesma fonte oficial.
Já no Novo Banco a estratégia de comunicação “passa por uma abordagem transversal e omnicanal”, o objetivo é que a informação esteja “sempre atualizada e chegue às empresas no timing certo e nos canais adequados, de acordo com o perfil de cada empresa”, explicou fonte oficial. “A comunicação passará pelo nosso site, emails de marketing, comunicação institucional, entre outros formatos”, acrescentou a mesma fonte, revelando que a instituição está “a preparar um plano de comunicação específico sobre os fundos europeus, com informação genérica sobre todos os fundos disponíveis e todos os detalhes específicos sobre cada um dos avisos que entretanto sejam publicados”.
Perante a dimensão e importância do PRR, mas também do Portugal 2030 (que é visado também por todos os bancos), o BPI publicou já diversos conteúdos formativos para as redes comerciais e há também um plano de comunicação especial para divulgar os fundos europeus que “será integrado na comunicação para o segmento empresas”, explicou fonte oficial do BPI.
Os bancos contactados pelo ECO reconhecem que já estão a sentir um aumento dos pedidos de informação e de esclarecimentos sobre os fundos europeus e para prestar o melhor serviço possível aos seus clientes todos têm equipas especializadas, até porque todos se assumem como bancos das empresas e dos fundos europeus.
“Apostamos num forte programa de formação das equipas, especializando-as para responder celeremente aos pedidos dos clientes, para antecipar as suas necessidades e adequar as linhas de apoio ao perfil de cada cliente, setor de atividade e investimento”, revelou fonte oficial do Santander, que quer ser “o banco parceiro das empresas no apoio à recuperação económica”. O banco espanhol diz estar a simplificar e desburocratizar, caminhando para uma crescente digitalização, para “garantir que estes apoios financeiros chegam rapidamente” aos clientes, “assente numa forte estratégia de comunicação e de proximidade”.
BCP e BPI têm equipas internas especializadas preparadas para apoiar as empresas desde a fase de candidatura à fase de execução dos projetos. Já o Novo Banco optou por trabalhar com uma consultora especializada neste tema, que apoiará os clientes empresa na preparação, no processo de candidatura e nas diversas etapas até à disponibilização dos fundos. “Esta parceria permitirá aos nossos clientes terem acesso direto a especialistas sobre fundos europeus, que ajudarão a identificar o tipo de incentivos que se adequam à sua empresa e a garantirem que são assegurados os fatores críticos para o sucesso das suas candidaturas”, justifica fonte oficial. Por seu turno, a Caixa levou a cabo um plano de formação à rede comercial, com a ajuda da KPMG, que envolveu mil colaboradores, mas também estabeleceu parcerias com várias consultoras que podem ajudar os clientes nas várias fases dos projetos.
Os bancos reconhecem a importância da vaga de fundos europeus para a recuperação da economia e todos querem estar na linha da frente antecipando as necessidades das empresas para os três programas — PT 2020, PRR e PT2030 — e apostando na proximidade e na especificidade de cada cliente.
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