Tiro da “bazuca” derruba emissão de dívida do IGCP

A justificação para o cancelamento da emissão de dívida prevista para esta quarta-feira é o calendário de chegada dos fundos europeus. Este mês, Portugal levantou 2,2 mil milhões de euros da "bazuca".

Portugal tinha programado ir ao mercado esta quarta-feira, para emitir entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a 3 e 11 meses. Mas a operação não se vai realizar. Na sexta-feira, o IGCP anunciou o cancelamento da emissão obrigacionista, decisão que é explicada com a chegada ao país dos primeiros euros do fundo de recuperação.

Quando anunciou o cancelamento da operação, o IGCP não apresentou qualquer justificação para o travão ao leilão de Bilhetes do Tesouro programado para a manhã desta quarta-feira. Contudo, agora, numa resposta ao ECO, fonte oficial da agência que gere a tesouraria e a dívida do Estado explica o que levou Portugal a recuar.

“O programa de financiamento para o terceiro trimestre previa um leilão de Bilhetes do Tesouro a 3 e 11 meses, em agosto, com um montante indicativo entre 750 [milhões] e 1.000 milhões. Atendendo ao montante das necessidades de financiamento coberto e ao calendário de desembolso de fundos europeus, conforme aconteceu no passado, revelou-se necessário introduzir ajustamentos às linhas de atuação anunciadas ao mercado”, explica o IGCP. “Face ao exposto, foi decidido cancelar o leilão de Bilhetes do Tesouro previsto para” esta quarta-feira, remata a mesma fonte oficial.

Por outras palavras, o cancelamento dá-se no contexto de desembolso dos fundos da chamada “bazuca” europeia, previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A 3 de agosto, Portugal foi ao “banco” e levantou a primeira tranche de 2,2 mil milhões de euros.

O próximo leilão de títulos de dívida pública de curto prazo está programado para 15 de setembro de 2021, com o qual o IGCP pretende obter entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros em títulos com maturidade de 6 e 12 meses. O último leilão deste género tinha sido realizado a 21 de julho, com o qual a agência emitiu 1.000 milhões de euros em obrigações com maturidade em julho de 2022.

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