Apanha da amêndoa na região transmontana antecipada duas semanas e quebras de 50%
Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte calcula quebras na ordem dos 50% na produção da amêndoa na região transmontana e antecipa em duas semanas a apanha devido à seca e às geadas de maio.
A Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte avançou, esta terça-feira, que na região transmontana há registo da antecipação da apanha da amêndoa em duas semanas e quebras que podem rondar os 40 a 50% da produção, devido à seca.
“A antecipação de duas semanas na apanha da amêndoa deve-se à sua maturação. Verifica-se que há condições para a apanha e já estamos a colher“, afirmou à Lusa o responsável para Cooperativa de Agricultores, Armando Pacheco. “Temos muitos cooperantes que têm os seus amendoais em sequeiro e, devido à seca, começaram a apanhar e vai haver quebras significativas que rondam os 40 a 50%”, justificou.
Esta cooperativa com sede em Mogadouro, no distrito de Bragança, que se dedica à comercialização de frutos de casca rija, tem mais de 450 cooperantes e, num ano normal de produção, podem ser recolhidos mais de um milhão de quilos de amêndoa, provenientes de vários concelhos da região Norte e Centro.
As perdas de produção, de acordo com o responsável cooperativo, devem-se não só à seca, mas também às geadas que se fizeram sentir no tempo de primavera, quando as amendoeiras estavam em flor.
Armando Pacheco refere ainda que as quebras se podem sentir nos próximos anos, porque as plantas precisam de água e têm de ter reservas para poderem acompanhar o seu ciclo de maturação.
Apesar das quebras anunciadas de 40% a 50% da produção, a Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte espera não as sentir devido à entrada de novos produtores de amêndoa para esta organização. “Com a entrada destes novos cooperantes, penso que podemos resolver o problema de parte das quebras de produção, provocadas pelas condições climatéricas anormais e à seca extrema”, vincou.
Contudo, Armando Pacheco, alerta que os produtores devem acautelar o futuro e tentar explorar os recursos hídricos o melhor possível para terem reservas para tempos de seca. “Temos de contar com a ajuda do Estado para fazer bacias [charcas], de forma que a água seja retida no inverno nos próprios ribeiros, rios ou charcas e se possa infiltrar para que as linhas de água não sequem já que os furos estão secos nesta altura do ano”, vincou.
Armando Pacheco também apontou o dedo à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), afirmando que “a APA não deixa construir charcas nem reservas de água, porque estes reservatórios têm de estar distantes das linhas de água”.
Apesar da seca, o dirigente aconselha que se deve continuar a apostar na plantação de novos amendoais, porque se trata de uma cultura rentável e o concelho de Mogadouro foi o que mais cresceu em termos de novas plantações no Nordeste Transmontano.
“As árvores ao 5.º ou 6.º ano, após a sua plantação, já começam a produzir. E com os valores de mercado que estão a ser praticados, principalmente em frutos de produção biológica, é uma cultura muito rentável”, concretizou o dirigente.
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