Em metade dos municípios ganha-se menos de 1000 euros por mês
Em metade dos municípios ganha-se menos de 1.000 euros por mês. Em Lisboa e no Porto estão as remunerações mais altas. Alcochete lidera com 2.020 euros, de acordo com o INE.
Em metade dos municípios de Portugal os trabalhadores ganham em média menos de mil euros por mês. Alcochete é o município que lidera este ranking com um ganho médio mensal acima da média nacional com 2.020 euros.
“Em 50% dos 308 municípios [154] de Portugal, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo e com remuneração completa era, em 2020, inferior a 1000 euros”, de acordo com os Anuários Estatísticos Regionais do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta segunda-feira.
No conjunto do país, o “ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo e com remuneração completa era 1.247 euros“, revela ainda o INE. Contudo, os trabalhadores das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto receberam acima da média, em 2020, ou seja, 1.516 e 1.257 euros, respetivamente.
“Em quatro das 25 sub-regiões NUTS III, o ganho médio mensal era inferior a mil euros: Tâmega e Sousa (937 euros), Alto Tâmega (976 euros), Terras de Trás-os-Montes (988 euros) e Douro (994 euros)”.
Traçando um retrato do país, entre os 23 municípios com ganhos médios mensais acima da média nacional (1.247 euros), 11 localizam-se na Área Metropolitana de Lisboa (AML) com Alcochete à cabeça com 2.020 euros, a que se segue Oeiras com 1.840 euros e Lisboa com 1.703 euros. Já no que diz respeito à Área Metropolitana do Porto (AMP), é a Invicta que lidera com uma média de 1.498 euros, ocupando Matosinhos o segundo lugar com 1.388 euros e depois Maia com 1.298 euros.
Cinco dos 23 municípios com ganhos médios mensais acima da média nacional situam-se na região Centro, ou seja, Vila Velha de Ródão (1.367 euros), Marinha Grande (1.330 euros), Estarreja (1.297 euros), Aveiro (1.286 euros) e Constância (1.282 euros). Outros três concelhos localizam-se no Alentejo com Castro Verde (1.941 euros), Sines (1.861 euros) e Campo Maior (1.324 euros). Por fim, o 23.º município é Vila do Porto, na Região Autónoma dos Açores com 1.779 euros.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, em 2021, Portugal tinha 55,3% da população residente em idade ativa (taxa de emprego), ou seja, 4,8 milhões de indivíduos empregados. O que, avança o INE, representou um aumento face à proporção registada em 2020 (53,8%). Mas foi na região Centro que se registou a maior taxa com 58,1% da população residente em idade ativa.
Já por oposição, os valores mais baixos na taxa de emprego, em 2021, registaram-se nas Áreas predominantemente rurais (APR) da Região Autónoma da Madeira (42,9%) e do Norte (47,0%).
Ainda segundo o INE, “a taxa de emprego nas áreas predominantemente urbanas era superior à média no conjunto do país (56,5%), situando-se abaixo daquele limiar nas Áreas mediamente urbanas (53,6%) e nas Áreas predominantemente rurais (50%)”.
Nos Anuários Estatísticos Regionais, o INE também analisou no ano de 2021, à escala regional e municipal, o campo da construção e habitação. Segundo esta entidade, 47 municípios — grande parte deles nas sub-regiões Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa — apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional. O município de Lisboa registou o valor mais elevado do país com 3.531 euros por metro quadrado (m2).
De acordo com o INE, “em 2021 foram concluídos em Portugal 19.081 fogos e licenciados 28.508, em construções novas para habitação familiar, o que se traduziu num rácio de 149,4 fogos licenciados por 100 fogos concluídos”.
Mais, regista o instituto, “a relação entre o número de fogos licenciados e concluídos em construções novas para habitação familiar — indicador que pretende medir a potencial oferta futura de nova habitação — registou uma ligeira diminuição em 2021 comparativamente a 2020 (150,1)”. O INE também constatou esta redução na Área Metropolitana de Lisboa com 131,1 fogos licenciados por 100 fogos concluídos em 2021 e 154,8 em 2020. Assim como no Algarve (127,5 e 145,9) e na Região Autónoma dos Açores (119,0 e 124,0).
Já no sentido inverso, destacaram-se a Região Autónoma da Madeira (223,8 em 2021 e 140,4 em 2020) e o Alentejo (134,8 e 109,6).
“Em 2021, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.297 euros por m2 , aumentando mais 9% relativamente ao ano anterior” adianta o INE.
Outro dado relevante neste estudo diz respeito ao preço mediano das habitações adquiridas, em Portugal, por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro ter sido de 2.105 euros por m2. Um valor bem superior ao constatado com nos compradores com domicílio fiscal em território nacional que foi de 1.273 euros por m2.
A nível internacional, a mediana entre compradores da União Europeia rondou os 1.788 euros por m2, disparando para 2.565 euros por m2 nos restantes países.
Já no domínio da educação, o INE realça a melhoria da taxa de transição/conclusão no ensino secundário no ano letivo 2020/2021, ou seja, subiu 0,2 pontos percentuais para 91,7%, “mantendo a tendência de melhoria registada desde 2011/2012”.
Dos 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa, apenas três registaram taxas de transição/conclusão superiores à média nacional (91,7%) com Alcochete na liderança (94,0%), a que se segue o Barreiro (92,5%) e Oeiras (92,0%).
Já no campo da participação política, o INE dá conta que “as regiões autónomas dos Açores (63,3%) e da Madeira (50,4%) assim como o Algarve (48,7%) registaram as maiores taxas de abstenção na votação de 2022 para a Assembleia da República”. Por fim, destaca, “em 28 dos 308 municípios registaram-se taxas de abstenção superiores a 55% e os municípios de Vila de Rei (31,9%), Guimarães (32,3%) e Sardoal (32,4%) apresentaram os menores valores de abstenção”.
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