Pedro Adão e Silva defende quota para cultura na informação da RTP
O ministro da Cultura defende que o serviço público deve dar o exemplo. A quota de cultura nos serviços de informação foi proposta pela Aporfest, que propõe 3 minutos/hora.
Pedro Adão e Silva defende a hipótese de a informação da RTP passar a ter uma quota para a cultura. A medida pode ser inscrita no novo contrato de serviço público, em fase de preparação. A confirmação foi feita na noite de quinta-feira, na Grande Entrevista da RTP.
O ministro da Cultura considerou que uma maior visibilidade da cultura nos espaços de informação é uma “matéria fundamental” e que o serviço público deve dar o exemplo. Não entrando em pormenores sobre eventuais métricas a utilizar, nem falando em minutos ou percentagens de tempo dedicado à cultura nos espaços de informação, o ministro reforçou a ideia de que “o serviço público tem uma responsabilidade acrescida e trata-se de uma matéria muito importante”.
“É uma valorização da responsabilidade social em termos da cultura. Os consumos culturais não são iguais a outros consumos, é preciso estimular que as pessoas vão ao teatro, cinema, bailado”, reforça.
Pedro Adão e Silva vai assim ao encontro da proposta da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (Aporfest), que propõe 3 minutos/hora nos espaços informativos dedicados à cultura.
Num país que “vive de crise em crise”, Álvaro Covões, diretor-geral da Everything Is New, defendeu na última semana, em entrevista ao +M/ECO, que era fundamental haver tempo para as notícias de cultura nos serviços informativos das televisões. “Uma quota de notícias de cultura devia ser mandatória para todos os canais que têm licença de televisão”.
A proposta, entregue pela Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (Aporfest), está no Governo. “Propomos três minutos por hora. Não é nenhum disparate”, afirmava o promotor, membro da associação.
Dois meses após a entrega do Livro Branco sobre o serviço público de media, o ministro diz que o grande desafio do “serviço público de media” — nomenclatura utilizada propositadamente para não falar em serviços de rádio ou televisão — tem a ver com o online e com “o desafio transversal que implica a adaptação e transformação daquilo que é o serviço público de media”.
“Deve ser uma prioridade, sob pena de daqui a 10 anos se fazer um discurso sobre uma coisa que já não existe. Teremos muito poucas pessoas com menos de 30 anos a assistir a esta entrevista“, deu como exemplo, para referir as alterações, geracionais, no consumo de media.
No valor da contribuição para o audiovisual (CAV) e no modelo de supervisão do serviço não haverá alterações. “O Conselho Geral Independente tem as suas limitações, mas também tem as suas vantagens. Hoje ninguém fala em contaminação ou captura politica do serviço público”, diz o ex-comentador.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.