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“A venda da Cofina é muito mais do que uma questão de dinheiro”

António Costa,

Luís Santana, gestor da Cofina e um dos promotores do MBO no grupo com o apoio de Ronaldo, afirma ao ECO que "a questão da venda da Cofina Media é muito mais do que uma questão de dinheiro".

Aí está a primeira resposta dos promotores do Management Buy Out (MBO) da Cofina Media, com o apoio financeiro de Cristiano Ronaldo, à proposta vinculativa da Media Capital sobre a empresa que tem a CMTV e o Correio da Manhã, entre outros meios. “Os Promotores [desta oferta no valor de 75 milhões de euros] entendem ainda que, estando em causa valores estruturantes da democracia, a questão da venda da Cofina Media é muito mais do que uma questão de dinheiro”, afirma Luís Santana, numa declaração por escrito enviada ao ECO. Sem esclarecer, para já, se haverá uma revisão do valor da oferta para os 80 milhões de euros (dívida incluída) avançados, de forma vinculativa, pela Media Capital.

Perante a proposta apresentada esta quinta-feira pela Media Capital, Luís Santana afirma que “os promotores do MBO da Cofina Media desejam esclarecer que a proposta apresentada pela Gestão, inteiramente amigável, é suportada por uma estrutura financeira sólida” e é também “motivada pelo propósito de defender os postos de trabalho da empresa, num setor tão relevante e já tão fragilizado”. Luís Santana afirma que a proposta pretende ainda defender “a garantia da independência editorial e da liberdade de expressão, que sempre foram os valores das publicações da Cofina Media e da CMTV”.

Na tarde desta quinta-feira, uma semana depois de anunciar ao mercado que mantinha o interesse em comprar a Cofina Media, em resposta a um anunciado Management Buy Out (MBO) promovido por Luís Santana e Octávio Ribeiro com o apoio de Cristiano Ronaldo, a Media Capital deu um novo passo: apresentou uma proposta de 80 milhões de euros (dívida incluída) pelo grupo que controla a CMTV, uma oferta que supera em cinco milhões a proposta dos quadros e do futebolista. Mas em declarações exclusivas ao ECO, o presidente da Media Capital garante que a oferta não é hostil, e abre a porta à possibilidade de Ronaldo “mudar de clube”.

Tenho grande respeito pelos atuais acionistas da Cofina“, garante, desvalorizando, assim, o confronto público e notório com Paulo Fernandes aquando da luta pelo controlo da Media Capital. “Tenho apreço profissional pelos trabalhadores da Cofina”, insiste, e “a proposta da Media Capital conta com todos”, promete o empresário. Até com Cristiano Ronaldo. A proposta de MBO, tal como está estruturada, tem três blocos, um deles com três acionistas atuais, outro com uma empresa participada pelos quadros como Luís Santana e Octávio Ribeiro e, finalmente, um terceiro com Cristiano Ronaldo. “Estamos disponíveis para integrar Ronaldo na nossa proposta pela Cofina, e já lhe fizemos saber isso mesmo“, revela Mário Ferreira. Um convite para o jogador “mudar de clube” e evitar uma guerra acionista.

Na oferta conhecida esta quinta-feira, a Media Capital sinaliza o compromisso de avançar para o negócio, admitindo que está disponível para avaliar uma revisão da oferta. “A Compradora espera ser contactada pela Vendedora no caso de a presente proposta ser superada por outra que venha a ser apresentada por outro interessado”, lê-se no comunicado à CMVM. Ou seja, se o grupo de quadros e Cristiano Ronaldo fizerem uma oferta concorrente superior, com a revisão da que está em cima da mesa, a Media Capital voltará a jogo.

A Cofina SGPS, dona da Cofina Media, vai ter agora de levar as propostas a Assembleia Geral de acionistas.

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