Músicos aceitam condições da Câmara do Porto para regressar ao Stop. Reabre com bombeiros à porta
Mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop, no Porto, foram seladas em 18 de julho pela Polícia Municipal por "falta de licenças de utilização para funcionamento".
As duas associações de músicos do Stop aceitaram esta quarta-feira a proposta da Câmara do Porto para regressarem ao espaço encerrado desde 18 de julho.
“Ambas as associações em funcionamento no CC [Centro Comercial] Stop vêm por este meio manifestar o seu acordo, aceitando as condições aprovadas pelo administrador do condomínio”, refere uma missiva enviada pelas associações à Câmara Municipal do Porto, a que a Lusa teve acesso.
Contactado pela Lusa, o presidente da Alma Stop, Bruno Costa, confirmou que as duas associações se reuniram na noite de terça-feira e que esta manhã enviaram a nota de acordo à câmara.
Em declarações escritas à Lusa, Bruno Costa referiu que decidiram aceitar as condições da câmara, de forma a regressar imediatamente às salas e lojas. “Temos urgência em voltar e não desistimos do nosso lar e trabalho”, disse.
No documento, assinado pelo presidente da Alma e pelo secretário da assembleia-geral da Associação cultural de músicos do Stop, solicitam a reabertura do CC Stop o mais brevemente possível, dada a urgência da situação.
Mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas em 18 de julho pela Polícia Municipal por “falta de licenças de utilização para funcionamento”.
Três dias depois, o presidente da câmara, Rui Moreira, admitiu que o espaço poderia reabrir desde que cumpridas medidas de segurança, nomeadamente ter em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, mas não mais do que 12 horas.
A 24 de julho, o administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, assinou o acordo com a autarquia que compromete a administração a “adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio”.
Como alternativa ao centro comercial, a Câmara apresentou como soluções a escola Pires de Lima ou os últimos pisos do Silo Auto.
O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.
Stop reabre com bombeiros à porta
O Centro Comercial Stop, cuja maioria das lojas utilizadas por músicos tinha sido selada em 18 de julho, vai reabrir na sexta-feira com a presença permanente dos bombeiros, anunciou, entretanto, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
“Neste momento, temos reunidas todas as condições necessárias para, já na sexta-feira, reabrir nas condições que conhecem”, disse hoje Rui Moreira numa conferência de imprensa nos Paços do Concelho, referindo-se às medidas tornadas públicas em 21 de julho, nomeadamente a presença dos bombeiros sapadores em permanência.
O autarca independente deu o assunto como “para já, resolvido”, mas frisou que se trata de uma solução “temporária” que permitirá com que o centro funcione durante 12 horas.
“Nós já dissemos que pode abrir às 10:00, às 10:30 ou às 11:00, e pode fechar ou às 22:00, ou às 22:30 ou às 23:00, porque são 12 horas de funcionamento. Em princípio, aquilo que ficou assente são 10:30, foi a isto que apontamos, porque é preciso balizar interesses de várias entidades”, explicou o autarca, referindo-se tanto aos músicos como às lojas.
O autarca disse ainda que a maioria dos utilizadores do espaço receberão uma formação de quatro horas dada pelos bombeiros para poderem frequentar o centro em segurança.
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