Emigrante na Suíça “volta” a Amarante com negócio de cultura e vinho

Júlio da Silva, um amarantino emigrado na cidade suíça de Berna, está de “volta” à terra natal para abrir o The President’s Club Piano Bar e Vinoteca, instalado no recém-renovado cineteatro de Amarante. O espaço vai contar com espetáculos ao vivo e degustações de vinho, e permite a criação de dez postos de trabalho.

O emigrante, desde sempre ligado à terra, diz concretizar agora o sonho de colocar mais de 35 anos de experiência na área da hotelaria e uma “forte paixão” pela música “à disposição da cidade” em que nasceu, no distrito do Porto. Será inaugurado esta sexta-feira, com um concerto de Áurea.

Em articulação com a programação do cineteatro, que se estende da música à literatura, assim como eventos vínicos, este espaço, “honrando as raízes, apresenta-se com uma oferta ao nível do que de melhor se faz pelo mundo fora, num ambiente distinto e simultaneamente intimista”, sublinha o empresário, numa nota enviada ao ECO.

Este projeto “pensado e concretizado por amarantinos é exclusivamente local, mas aberto ao exterior”. “Acreditamos que a qualidade da oferta dará resposta à exigência crescente do público da cidade, atraindo igualmente públicos externos, nomeadamente do Grande Porto”, remata este emigrante na Suíça.

Requalificação do cineteatro custou 5,5 milhões

Situado na margem esquerda do rio Tâmega, junto ao Parque Florestal, o cineteatro de Amarante foi inaugurado em 1947 como sala de cinema e até à década de 1980 foi uma referência cultural.

Em julho de 2000, a Câmara Municipal de Amarante adquiriu o edifício, já bastante degradado, com o objetivo de o devolver à cidade e o recuperar como equipamento cultural. A requalificação começou a 23 de maio de 2019 e, após um vasto processo de recuperação e com os constrangimentos dos anos de pandemia, o renovado cineteatro de Amarante abriu portas a 23 de setembro com uma sala de espetáculos com 386 lugares, uma livraria e agora o The President’s Club Piano Bar e Vinoteca.

De acordo com informação oficial, esta obra custou 5,5 milhões de euros e foi cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER ) em 85%.

“Cidade criativa da UNESCO, Amarante ganha, assim, um novo espaço cultural que permitirá continuar, dentro de portas, a programação regular que tantos atrai durante os meses de verão”, sublinha a autarquia.