Têxtil de Moreira de Cónegos abre nova unidade de acabamentos para faturar 80 milhões
A JF Almeida emprega 830 pessoas, fatura 58,5 milhões e exporta 80% da produção. Com este investimento, quer afirmar-se na roupa de cama e “prestar um novo serviço de acabamento a outras empresas".
A têxtil JF Almeida vai inaugurar esta sexta-feira uma nova unidade dedicada aos acabamentos têxteis na fábrica de Moreira de Cónegos, em Guimarães. O investimento de 15 milhões de euros tem como objetivo “responder a necessidades internas” e “prestar um novo serviço de acabamento a outras empresas”. Com a nova unidade, foram criados mais 45 postos de trabalho. A inauguração vai contar com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
“Não existem muitas empresas a fazer acabamentos de têxteis para outras empresas e achámos que era uma oportunidade no mercado. O nosso objetivo passa por prestar um novo serviço de acabamento a outras empresas nacionais e internacionais que comercializam roupa de cama”, adianta Juliana Almeida, filha do fundador e responsável pelo departamento de comunicação e marketing, em declarações ao ECO/Local Online.
Não existem muitas empresas a fazer acabamentos de têxteis para outras empresas e achamos que era uma oportunidade no mercado. O nosso objetivo passa por prestar um novo serviço de acabamento a outras empresas nacionais e internacionais que comercializam roupa de cama.
Fundada em 1979, a têxtil vimaranense emprega 830 pessoas, fatura 58,5 milhões de euros e exporta 80% da produção, essencialmente para o mercado europeu. Com este novo investimento, a empresa familiar espera chegar aos 80 milhões de euros em sete anos.
Juliana Almeida detalha que, em 2022, a JF Almeida investiu aproximadamente 25 milhões de euros — e 65% desse valor foi relativo à unidade de acabamentos que fica no núcleo de tinturaria. Segundo explica, um dos objetivos desta nova unidade passa por acrescentar um novo produto no mercado, a roupa de cama, ressalvando, porém, que não se limita a esse segmento de atividade.
“Esta nova aposta na roupa de cama tem como finalidade aumentar a nossa posição no mercado dos EUA. O mercado dos EUA representa uma percentagem muito reduzida. No entanto, uma das nossas estratégias é diversificação do mercado e clientes. Não permitimos que nenhum dos nossos clientes represente mais de 10% do volume de faturação. É uma forma de reduzir o risco de negócio”, detalha a filha do fundador.
Agendada para as 9h30, a inauguração desta nova unidade de acabamentos têxteis vai contar com a presença do primeiro-ministro, António Costa, do presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, e do presidente do conselho de administração da JF Almeida, Joaquim Almeida.
A empresa nortenha orgulha-se de ter uma unidade fabril “completamente modernizada”. Juliana Almeida detalha que, no núcleo de tecelagem, a têxtil tem 123 teares e o mais antigo tem oito anos. “Considerando que um tear tem, no mínimo, uma vida útil de vinte anos, podemos considerar que temos um parque de máquinas completamente modernizado”.
A sustentabilidade tem sido outra das apostas. Desde 2016 que a empresa tem vindo a fazer investimentos em painéis fotovoltaicos, somando já mais de nove mil. Só no ano passado aplicou seis milhões de euros na aquisição de duas caldeiras de biomassa e painéis solares. “A nível energético somos autossuficientes em 25%”, afirma Juliana Almeida, que trabalha na empresa com os três irmãos. Rui, Miguel e João são os responsáveis pelos departamentos de fiação, tecelagem e tinturaria, respetivamente.
Além da energia, a empresa está empenhada em reduzir o consumo de água. “Em 2016, o nosso consumo de água por quilo produzido era de 91 litros, atualmente é de 71 litros. Já temos aqui uma diminuição considerável”. A JF Almeida é uma das 13 empresas do cluster têxtil e vestuário que integram o projeto Giatex – Gestão Inteligente da Água na ITV, apoiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). Avaliado em 22,6 milhões de euros, visa a gestão inteligente da água nesta indústria. “Com este programa pretendemos chegar aos 50 litros por quilo”, frisa Juliana Almeida.
Esta empresa referência do setor, que se mobilizou na produção de máscaras de proteção na fase mais crítica da pandemia de Covid-19, participa ainda noutra Agenda Mobilizadora do PRR no setor têxtil: a TEXP@CT – Pacto de Inovação para a Digitalização do Têxtil e Vestuário, um investimento de 58 milhões de euros que tem como principal objetivo a “digitalização e promoção de avanços tecnológicos significativos” no setor.
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