Bancos portugueses entre os que mais ganham com subida das taxas de juro

Bancos portugueses, gregos e irlandeses são os que estão a ganhar mais com o aumento das taxas de juro: recebem mais nos empréstimos da casa e pagam menos nos depósitos do que os outros.

Os bancos portugueses estão entre os que mais estão a ganhar com a subida das taxas de juro, sendo inclusivamente aqueles em que a margem financeira mais subiu no primeiro semestre do ano, de acordo com um relatório divulgado esta quarta-feira pela agência DBRS Morningstar.

A margem financeira – que corresponde em grande medida à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – dos bancos portugueses aumentou cerca de 45% na primeira metade do ano, a maior subida em comparação com os bancos europeus, como o ECO já tinha dado conta.

Por outro lado, ainda em relação aos bancos portugueses, a taxa média da margem – diferença entre a taxa que cobram nos empréstimos e a taxa que pagam nos depósitos — avançou para mais de 3% no mesmo período. Apenas os bancos gregos apresentaram uma taxa maior do que os bancos nacionais, de acordo com a agência de notação de risco.

A DBRS nota que os bancos com maiores subidas das receitas com juros, e com elevadas taxas da margem, partilham várias características entre eles:

  • Operam em mercados com um elevado peso das taxas variáveis nos empréstimos e cujo repricing decorrente da subida dos juros já ocorreu em grande parte ou toda a carteira;
  • Ainda não refletiram grande parte da subida dos juros nos depósitos;
  • Grande parte dos depósitos está à ordem;
  • A dívida pública com taxas de juro elevadas constitui uma parte significativa dos ativos.

No que toca ao peso dos contratos com taxa variável, Portugal sai destacado mais uma vez: é o país com a maior parte dos novos empréstimos da casa associados a taxa variável. Em países como Grécia, Áustria, Espanha e Itália, os novos contratos com taxa variável caíram durante o período de baixas taxas de juro, mas continua a ter um peso elevado.

No lado dos depósitos, a DBRS nota que os países com mais depósitos à ordem são aqueles onde a taxa de juro também é mais elevada nas novas aplicações. Isso acontece em países como Holanda e França. Em Portugal, praticamente metade dos depósitos estão à ordem e outra metade a prazo.

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