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“Temos que tentar arranjar espaço, tempo e oportunidade para que as redações possam aprender”

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"Jornalismo: como aumentar o investimento em formação" foi o tema que juntou, no Estúdio ECO, Teresa Mota (Bauer Media), Nelson Ribeiro (Universidade Católica) e Ignatius Roberts (Google).

3ª Conferência Google "Jornalismo: como aumentar o investimento em formação?" - 24ABR24
Teresa Mota (Bauer Media Áudio Portugal), Nelson Ribeiro (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Católica), Ignatius Riberts (Google) e Carla Borges Ferreira (+M/ECO)Hugo Amaral/ECO

O jornalismo hoje está sob ataque em diversas áreas. Por um lado a questão do modelo de negócio, mas também os populismos que atacam o jornalismo. Cada vez que um jornalista erra, está a colocar em causa a sua credibilidade e a do meio em que trabalha. E não é difícil errar, porque se está no mesmo dia a escrever sobre justiça, sobre saúde, sobre política, de facto tem que ter uma bagagem e um nível de conhecimento que não é fácil. Precisamos de bom jornalismo, se não for bom facilmente vai ser atacado e desconsiderado e aí somos todos nós que ficamos em causa”.

As palavras de Nelson Ribeiro, diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, são subscritas tanto por Teresa Mota, diretora de informação da Bauer Media Áudio Portugal, como por Ignatius Roberts, news partnerships manager da Google.

Na talk “Jornalismo: Como aumentar o investimento em formação?”, que juntou no Estúdio ECO os três profissionais, foram identificadas as principais necessidades e também os maiores entraves a uma aposta mais consistente na formação e inovação por parte dos media.

Há uma margem de progressão muitíssimo elevada. Há muito por fazer e podemos e devemos investir nessa formação”, reforça a diretora de informação do grupo dono da Rádio Comercial, M80 ou Smooth FM, referindo-se à especialização em termos de conteúdos bem como ao nível de tecnologia e ferramentas que ajudam tanto na construção de peças como na amplificação do trabalho dos jornalistas / órgãos de comunicação social.

Temos que tentar arranjar nas empresas espaço, tempo e oportunidade para que as redações possam aprender, para que os jornalistas possam conhecer melhor estas ferramentas”, reforça a responsável.

E, sendo a falta de tempo nas redações um dos principais entraves identificados, Ignatius Roberts garante que a tecnologia pode ser uma aliada. “A tecnologia, se bem utilizada, pode ser realmente uma parte da solução para que o jornalista tenha mais tempo para dedicar às coisas que realmente importam, inclusive a inovação e formação”.

A tecnologia precisa de ser um meio que facilite a vida dos jornalistas, é somente um meio para aumentar as nossas capacidades. Muitas das ferramentas que trabalhamos nas formações, tanto com jornalistas como com a área comercial das empresas de media, são tecnologias que ajudam a aumentar a eficiência do trabalho e libertam tempo para o que pode gerar mais valor agregado”, prossegue.

A ligação entre redações e academia, o jornalista como alvo preferencial da desinformação, a educação para a literacia mediática e digital, as novas ferramentas ao serviços dos media e o papel das tecnológicas foram alguns dos temas abordados na talk “Jornalismo: Como aumentar o investimento em formação?”, a terceira do ciclo ECO Media Focus. Pode assistir aqui:

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