Nova de Lisboa desafia famílias a arrendar quartos a preços acessíveis a estudantes

Universidade Nova de Lisboa desafia quem tem quartos disponíveis a fazer "match" com universitários. As rendas devem ser acessíveis e com contrato de arrendamento.

Universidade Nova de Lisboa

Para fazer face à crescente crise habitacional que também está a afetar os estudantes universitários do país, a Universidade Nova de Lisboa lançou, esta quinta-feira, a rede 1/4 que faz ligação entre quem tem quartos disponíveis e os estudantes que precisam de alojamento a preços acessíveis.

“Uma renda mediana de 500 euros de um quarto em Lisboa é uma situação muito séria face aos rendimentos das famílias. Está a prejudicar a estabilidade dos jovens, o seu direito à educação e à cidade. Ao mesmo tempo, acaba por reproduzir as desigualdades socioeconómicas que existem nas famílias de origem”, assinala João Seixas, pró-reitor da Universidade Nova de Lisboa.

Apenas destinada a estudantes da Nova, esta iniciativa resulta de uma parceria da universidade com as câmaras de Lisboa, Oeiras e Cascais, além de outras entidades, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A equipa da rede 1/4 vai analisar cada candidatura, tanto dos proprietários dos quartos, como dos estudantes, antes de aprovar os pedidos. “O programa irá depois apresentar a cada uma das partes as diferentes possibilidades. O matching entre ambos e o contrato de arrendamento será feito pelas partes”, detalha o pró-reitor da Universidade Nova de Lisboa.

Tenho consciência do número de alunos que nos têm pedido ajuda, não só para alojamento, mas apoio financeiro, isenção de propinas, além de pedido de bolsas ou de complemento a alojamento.

Pró-reitor da Universidade Nova de Lisboa

João Seixas.

Este programa “está aberto a pessoas de todas as idades. Além das famílias, também há uma série de instituições que podem ter quartos disponíveis, sejam as autarquias ou a Santa Casa [da Misericórdia], e que poderão provisionar uma parte desse edificado nesta rede”, explica João Seixas.

As rendas devem ser acessíveis, ou seja, terão de estar pelo menos 20% abaixo da mediana do valor de mercado desse local, à semelhança do que acontece no Programa de Arrendamento Acessível (PAA). Só assim poderá haver uma possível isenção de IRS/IRC para os anfitriões.

Ter contrato de arrendamento com recibo e quartos com condições dignas são mais alguns dos requisitos exigidos pela universidade.

No início de 2025, será lançada uma plataforma digital robusta, onde os estudantes se poderão registar e os anfitriões terão oportunidade de anunciar os seus quartos.

A Universidade Nova de Lisboa pretende que este programa seja, “a médio e longo prazo, uma das possíveis alternativas de políticas de habitação e de alojamento estudantil na região de Lisboa”, refere.

Os alunos mais carenciados terão prioridade, “primeiro nas residências e depois nesta alternativa”, destaca o pró-reitor, reconhecendo a existência de muitos universitários a precisar de apoio. “Tenho consciência do número de alunos que nos têm pedido ajuda, não só para alojamento, mas apoio financeiro, isenção de propinas, além de pedido de bolsas ou de complemento a alojamento.”

Com este programa, a universidade considera que os estudantes passam a ter “um quarto digno, em lugar conveniente e com valor acessível para viver e estudar, uma situação contratual segura e com recibo de renda e, desta forma, mais e melhores perspetivas de futuro”.

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