Que soluções para a cidade? Movimento Juntar Lisboa! tenta encontrar as respostas que levará a Carlos Moedas
Gonçalo Reis, promotor do "think tank" dedicado a Lisboa, indica que o grupo gostaria de ver aplicadas as propostas saída da reflexão do grupo. Próximo encontro dedicado ao Urbanismo e Habitação.
Um grupo de cidadãos de Lisboa está a promover encontros temáticos em torno das problemáticas do urbanismo, habitação, mobilidade, inovação, transportes e segurança, entre outros, numa lógica de “think tank”, sob a liderança de Gonçalo Reis. No segundo encontro deste grupo, batizado de Juntar Lisboa!, o ex-presidente da RTP e atual administrador não executivo da empresa pública de cultura de Lisboa, EGEAC, resumiu ao ECO/Local Online que desta iniciativa “estão a sair alguns caminhos, ideias e embriões de propostas” para Lisboa.
O arranque em ano autárquico não foi um acaso, admite o responsável: “em anos como este, de eleições, as pessoas estão particularmente predispostas a discutir, a enfrentar, a pensar, a equacionar estes temas e, portanto, isso também creio que explica a boa adesão que temos vindo a ter”.
Questionado sobre a futura apresentação de ideias às várias candidaturas a Lisboa, Gonçalo Reis responde de forma mais restritiva e pormenoriza que “este grupo planeia, por exemplo, ter um diálogo com a coligação dos Novos Tempos. Achamos que o Executivo liderado pelo Carlos Moedas está a fazer um caminho positivo, numa lógica de inovação, numa lógica de desenvolvimento e numa lógica de abertura da cidade. Sabemos que é muito recetivo a este tipo de contribuições e sim, planeamos no fundo ir partilhando alguns dos tópicos, das propostas, das ideias que estão a ser aqui elaboradas com esse Executivo”.
Em anos como este, de eleições, as pessoas estão particularmente predispostas a discutir, a enfrentar, a pensar, a equacionar estes temas e, portanto, isso também creio que explica a boa adesão que temos vindo a ter.
Um ninho de ideias e propostas
Gonçalo Reis explica que o Juntar Lisboa! se posiciona “no terreno das ideias e das propostas. Pretendemos reunir profissionais e académicos com provas dadas, cabeça aberta e com perspetivas frescas e com alguma lógica de inovação, [para] tentar que haja circulação de boas práticas. Também gostaríamos que algumas destas ideias venham ser aplicadas. Esperemos que sim”.
O primeiro encontro do Juntar Lisboa! debruçou-se sobre cultura e turismo, enquanto no segundo momento, decorrido nesta terça-feira num bar sobranceiro ao rio Tejo, se falou de inovação e tecnologia. Entre as intervenções, ouviu-se Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, pedir o investimento em literacia financeira dos jovens. Noutra intervenção, Miguel Eiras Antunes, partner da Deloitte, propôs a criação da competição de bairro mais limpo de Lisboa como forma de assegurar uma cidade salubre. O orador do debate ocorrido nesta terça-feira acredita no potencial da competição para esta se tornar numa disputa saudável, à imagem das marchas populares.
Nesta hora e meia de debate, houve também o desafio aos órgãos da câmara para que incentivem os seus funcionários a tornarem-se empreendedores por conta própria. O autor da ideia, Rui Paiva, fundador da WeDo Technologies, puxou da sua experiência pessoal de empreendedor para dizer que aqueles que aceitassem pensar nos problemas da organização e apresentassem soluções poderiam ser ajudados pela própria câmara a fundar a sua empresa. O próprio município tornar-se-ia no primeiro cliente dessa nova empresa nascida pelas mãos do funcionário da câmara, que assim ganharia a base de sustentação para o seu lançamento no mundo empresarial.
“Isto é um grupo de cidadãos da sociedade civil com provas dadas e com competências, que se juntam para debater os principais temas e as questões que se colocam à cidade, e para tentar definir propostas, caminhos, iniciativas, linhas de atuação que sejam interessantes”, resume Gonçalo Reis. Entre os intervenientes estão académicos, empreendedores, profissionais liberais, gestores, arquitetos, urbanistas, juristas, pessoas dos setores público e privado e com experiências a nível nacional, internacional e local. “É deste diálogo e deste cruzamento de perspetivas que podem sair temas relevantes”.
O movimento ainda não chegou ao ponto da formalização de ideias e detalhe de propostas concretas, centrando-se, para já, na reflexão, discussão e apresentação de possíveis caminhos para o que a cidade deve ser, acentua o responsável do Juntar Lisboa.
O próximo encontro terá lugar a 24 de junho e versará sobre Urbanismo e Habitação.
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