Chama-se “Neptune” o novo “Vinho de outro mundo”. Português apresenta em Florença
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Chama-se “Neptune” o novo “Vinho de outro mundo”. Português apresenta em Florença

Susana Pinheiro,

“Neptune Code 0.6” é o novo “Vinho do outro mundo” de um português e um produtor italiano. Foi apresentado em Florença e 25% das 562 garrafas foram adquiridas às cegas em pré-reserva.

Cláudio Martins, mentor do projeto “Vinhos do Outro Mundo”, e o produtor italiano Bibi Graetz26 junho, 2025

Neptune Code 0.6”. Depois de todo o secretismo, eis que sobe a cortina e se desvenda em Florença o nome e as características do quarto néctar, um tinto de 2015 proveniente de vinhas velhas em Toscana, da série limitada “Vinhos do Outro Mundo”, a 1.100 euros a garrafa. Foi lançado na noite desta quinta-feira, em Florença, pelo empresário Cláudio Martins em parceria com Bibi Graetz, “um dos mais reconhecidos nomes do vinho italiano”, e — surpreenda-se — já com 25% das 562 garrafas adquiridas às cegas em pré-reserva.

Já não é a primeira vez que investidores portugueses se dão ao luxo de fazer uma pré-reserva dos “Vinhos do Outro Mundo” — Wines From Another World com nomes de planetas sem sequer os provarem antes ou conhecerem se é tinto, branco ou feito a partir de que casta. Aconteceu corria o ano de 2023 com o branco “Saturn”, de casta Riesling e o terceiro desta série, desta vez produzido na famosa região vitivinícola Mosel (Alemanha).

Excentricidades à parte, o novo néctar “Neptune Code 0.6” foi produzido a partir de vinhas velhas com mais de 75 anos: uma em Lamole e outra em Olmo com fabulosa vista para Florença. “Esperou pelo momento certo para se revelar”, com uma complexidade na dose certa, assinala o CEO da Martins Wine Advisor, acrescentando que esteve dez anos a envelhecer em barricas antigas de carvalho francês “após uma fermentação espontânea com leveduras indígenas e uma tripla seleção manual das uvas”.

Cláudio Martins continua, assim, a traçar um roteiro cósmico pelos grandes terroirs do mundo. “Mais do que uma coleção, Wines From Another World é uma odisseia sensorial e simbólica que explora a relação entre a terra e o cosmos através de vinhos absolutamente singulares”, nota o consultor de vinhos e também embaixador de Liber Pater, do produtor francês Loïc Pasquet, com um exemplar de uma garrafa a 1,5 milhões de euros.

O novo lançamento, “Neptune Code 0.6”, mantém a filosofia do projeto: “pequenas produções, identidade marcante, envelhecimento prolongado e uma visão quase mitológica do vinho”, sublinha Cláudio Martins que, nesta noite de quinta-feira, apresentou em Florença o néctar que tem q.b para cativar o palato dos mais fiéis apreciadores de vinhos raros e de luxo. Seja pelo aroma que liberta ou pela experiência que desperta no paladar. É toda uma experiência sensorial que desta vez nos transporta até à Toscana.

Desta vez, o português conta com a parceria do produtor italiano Bibi Graetz que faz questão de desenhar os rótulos dos seus vinhos, “reforçando a ideia do vinho como uma verdadeira forma de arte e expressão”, conta Cláudio Martins ao ECO. É a partir da colina de Fiesole que Bibi Graetz coloca os seus néctares no mapa da viticultura internacional. “É reconhecido internacionalmente por criar vinhos emblemáticos que traduzem a alma da Toscana com elegância, inovação e um toque irreverente”, descreve o português.

Mas foi em terras lusas, mais propriamente no Alentejo, que Cláudio Martins começou a escrever a história dos “Vinhos do Outro Mundo”. “A escolha do Alentejo não foi apenas uma afirmação da qualidade dos vinhos portugueses, mas também um sinal claro do papel de Portugal como força criativa e visionária no panorama vinícola internacional”, narra o mentor deste projeto.

Coleção “Vinhos do Outro Mundo” do português Cláudio Martins26 junho, 2025

 

Corria o ano de 2021, quando lançou, a 1.000 euros a garrafa, o tinto “Júpiter”, em parceria com o enólogo Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocim. As 800 garrafas deste néctar esgotaram em três tempos apesar do elevado custo. Ainda hoje há investidores a revenderem uma garrafa “a 2.000 ou 2.500 euros”.

O empresário, que se apaixonou pelo mundo vinícola, quando, na juventude trocou a Serra da Estrela por Londres, em Inglaterra, admite que quis “agitar as águas” ao vender o “Júpiter” a 1.000 euros, valorizando a qualidade do vinho português, com personalidade e uma narrativa por trás da vinha e da casta.

Depois de “Júpiter”, do Alentejo, seguiu-se em 2022 o “Uranus” em parceria com o produtor espanhol Dominik Huber, da Terroir al Limit, da região de Priorat. Restam 100 garrafas de 0,75 litros deste vinho, cujo lançamento em Madrid o ECO teve oportunidade de assistir. Lançou depois o Reiseling “Saturn”, de Mosel (Alemanha) do produtor Ernst Losen. Após alguns meses de suspense, chega agora ao mercado o “Neptune Code 0.6” a 1.100 euros a garrafa.

Para os fãs destes vinhos de luxo, fica a certeza, afiança o mentor do projeto, de que “ao longo dos próximos seis anos, terão lugar outros vinhos das regiões de Bordéus, Champagne, Napa Valley, Kakheti”. Será uma viagem pelas principais regiões vinícolas do mundo que terminará com “um fortificado em Portugal com o nome uma constelação ou de uma galáxia ou de um meteorito”, desvenda ao ECO Cláudio Martins.

A apresentação em primeira mão está sempre reservada aos membros do Clube Wines From Another World (WFAW), criado em 2021, com o lançamento do alentejano “Júpiter”. Foi precisamente o que aconteceu esta quinta-feira em Toscana com o “Neptuno” que vai andar nas bocas do mundo.

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