Autárquicas. PSD apoia Isaltino em Oeiras e ex-comunista Maria das Dores Meira em Setúbal
O PSD anunciou que vai apoiar Maria das Dores Meira, que se candidata à autarquia de Setúbal, e de Isaltino Morais em Oeiras.
A Comissão Política Nacional do PSD anunciou, esta terça-feira, que vai apoiar “as candidaturas independentes” de Maria das Dores Meira e Isaltino Morais, que se posicionam de novo para as câmaras de Setúbal e Oeiras, respetivamente, nas autárquicas marcadas para 12 de outubro.
Na lista de candidatos a presidentes de câmara em 17 distritos e duas regiões autónomas, os nomes mais sonantes são os dos dois independentes. Mas se Isaltino Morais já foi durante mais de duas décadas autarca social-democrata, Maria das Dores Meira é uma ex-autarca do PCP em Setúbal e candidata pelos comunistas em Almada.
Presidente da câmara de Setúbal durante 12 anos, até que em 2021 atingiu o limite de mandatos, concorreu a Almada, onde, apesar da derrota (39,9% para o PS de Inês de Medeiros e 29,7% para o PCP), foi eleita vereadora. Dores Meira viria, contudo, a renunciar ao mandato em abril de 2024, altura em que se desfiliou do seu partido, pelo qual esteve na câmara de Setúbal durante 19 anos anos, 15 dos quais como presidente eleita com três maiorias absolutas (em 2006 assumiu o cargo após a demissão de Carlos de Sousa).
Já este ano, a jurista anunciou a candidatura à capital do Sado num movimento independente sugestivo nome “Dores Meira – Setúbal de Volta”.
A 7 de julho, a secção de Setúbal do PSD já tinha deixado nota de que a decisão estaria tomada, publicando na sua conta no Facebook uma declaração em que afirmava que “o processo de decisão sobre a candidatura ou o apoio a candidaturas autárquicas no concelho de Setúbal foi, há muito, avocado pela direção nacional do PSD, em concertação com o Presidente da Comissão Política Distrital.
De igual forma, fomos informados de que a decisão está tomada quanto ao apoio à candidatura de Maria das Dores Meira. Os militantes de Setúbal do PSD já se pronunciaram, de forma atempada e unânime, quanto a este apoio, “que rejeitam”.
Quanto a Isaltino Morais, o apoio prestado pelo PSD surge num momento com simbolismo. Ao mesmo tempo que se manifestam ao lado do seu ex-autarca na corrida ao município onde Isaltino ganhou todas as eleições a que se apresentou nos últimos 40 anos, os social-democratas apoiam para Presidente da República o político que, enquanto presidente “laranja”, empurrou o atual autarca oeirense para fora do partido.
A animosidade entre Isaltino e Marques Mendes é pública e ficou bem patente quando o autarca e apoiante de Gouveia e Melo acusou o antigo líder do seu ex-partido de ser “um político com toda a manhosidade”.
A ligação social-democrata à candidatura de Isaltino Morais segue-se à apresentação de um candidato próprio em 2021, Alexandre Poço, que protagonizou uma campanha incomum em 2021, sob o lema de “a dar tudo por Oeiras”, e que é atualmente vice-presidente da bancada parlamentar do PSD na Assembleia da República.
Para a atual corrida eleitoral, Isaltino iniciou a 21 de junho a recolha de assinaturas, sob o movimento “Isaltino Inovar Oeiras 2025”
Além de se pôr ao lado do presidente da Câmara de Oeiras, o PSD anuncia outros nomes de atuais autarcas, designadamente Fernando Ruas, em Viseu, Mário Constantino, em Barcelos, ou José Carlos Rolo, em Albufeira. Outros edis recandidatos são José Rocha, a terminar o seu primeiro mandato em Castelo de Paiva, ou Jorge Almeida, em Águeda, por exemplo. O partido junta-se ainda a independentes, como Vítor Carvalho, em Arouca, numa candidatura anunciada pelo próprio a 5 de julho.
Os social-democratas ultimam assim a lista de candidatos, que incluem ainda, na nova vaga anunciada nesta terça-feira, Carlos Moedas (Lisboa), Luís Filipe Menezes (Vila Nova de Gaia), Fernando Ruas (Viseu), Hélder Sousa e Silva (Almada), Suzana Garcia (Amadora) e Cristóvão Norte (Faro), entre outros, segundo comunicado enviado às redações.
A câmara algarvia está entre aquelas onde o PSD governa atualmente (no caso, com Rogério Bacalhau), mas tem o atual presidente em limite de mandatos.
Tal como no caso de Dores Meira, em Setúbal, as escolhas do PSD nacional colidiram com estruturas locais também em Espinho, terra natal de Luís Montenegro.
Ali, José Ratola, adjunto do primeiro-ministro e ex-vereador e ex-vice-presidente de Ribau Esteves em Aveiro, é o nome anunciado nesta terça-feira, mas, como a Lusa dava nota no início deste mês, o PSD local pretendia contar com o ex-deputado da Assembleia da República Ricardo Sousa, o que ficou expresso em novembro, numa votação por unanimidade, na secção local, à qual Sousa preside.
Segundo a Lusa, o afastamento de Sousa da corrida em Espinho ficou a dever-se a baixas expectativas na sua eleição vincadas em sondagens.
Nota: atualizada às 17h00 com a lista de candidatos
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