YouTube é a primeira opção de um quinto das crianças quando ligam a televisão

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Quando ligam a televisão, a primeira coisa que uma em cada cinco crianças faz é aceder ao YouTube, num sinal da migração do consumo dos conteúdos desta plataforma para os ecrãs da sala.

O YouTube já o primeiro destino de uma em cada cinco crianças da geração Alpha quando ligam a televisão. Este é mais um sinal da migração da plataforma de vídeo para as televisões e da diferença de hábitos de consumo entre gerações.

Um quinto das crianças entre os quatro e os 15 anos já acedem assim à aplicação do YouTube assim que ligam uma televisão, mostra um estudo desenvolvido no Reino Unido pela Ofcom, regulador britânico do setor audiovisual. Mas não são apenas os mais novos que têm impulsionado esta tendência de levar o YouTube para as salas de estar dos consumidores.

Também os adultos jovens, entre os 16 e os 34, assistiram em 2024 a 18 minutos de YouTube por dia na televisão, enquanto pessoas com mais de 55 anos assistiram a quase o dobro de conteúdo do YouTube nas suas televisões, em comparação com o ano anterior (11 minutos por dia em dezembro de 2024, contra apenas 6 minutos em janeiro de 2023).

Recentemente também uma análise realizada pela consultora digital espanhola 2btube mostrou que a visualização do YouTube em connected TV registou um crescimento exponencial durante o primeiro semestre de 2025, aumentando 83% a nível global.

Mas, recuando no tempo, o crescimento é ainda maior. Comparando os dados do primeiro semestre de 2024 com os do mesmo período de 2023, a visualização global do YouTube em connected TV aumentou 185%, revela o estudo que teve por base os dados de mais de 700 canais de YouTube com um média de cinco mil milhões de visualizações mensais.

Também o tipo de conteúdo tem evoluído, sendo que metade dos vídeos mais populares da plataforma se assemelham mais aos programas transmitidos na televisão tradicional, como sejam entrevistas de longa duração. Esta é uma mudança que tem posicionado o YouTube como um “concorrente direto dos serviços de televisão com anúncios, ao mesmo tempo que oferece às estações televisivas uma maneira de alcançar um público mais amplo e jovem”, aponta também a Ofcom.

Isto tendo em conta que algumas estações estão a apostar também cada vez mais na transmissão de programas próprios no YouTube, como acontece com os canais britânicos ITV e Channel 4.

“A programação televisiva está cada vez mais distante dos telespectadores mais jovens, sendo o YouTube o primeiro ponto de contacto para muitos deles quando pegam no comando. Mas também estamos a assistir a sinais de que adultos mais velhos estão a recorrer à plataforma como parte do seu consumo diário de media”, diz Ed Leighton, interim group director for strategy and research da Ofcom, citada no relatório.

“As estações de serviço público estão a reconhecer essa mudança — procurando o público nos espaços online, onde este passa cada vez mais tempo. Mas precisamos ver ainda mais ambição nesse sentido para garantir que os media de serviço público são valorizados pelo público e sobrevivam por muito tempo no futuro”, acrescenta.

A análise mostrou ainda uma quebra de 4% no tempo que os cidadãos britânicos passaram a ver televisão linear em 2024 em relação ao ano anterior, com a média de tempo a cair para 2 horas e 24 minutos por dia. Os telespectadores assistiram também a conteúdos de plataformas de streaming por uma média de 40 minutos por dia, com a Netflix a manter-se como a plataforma mais popular.

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