Menos de metade das PME em Portugal tem faturação eletrónica
Um estudo da Intercampus para a Sovos Saphety revela que o papel continua a representar 65% das faturas emitidas, enquanto 35% são processadas em formato PDF.
Menos de metade das pequenas e médias empresas (PME) em Portugal têm uma solução de faturação eletrónica, de acordo com um estudo desenvolvido pela Intercampus para a Sovos Saphety, numa altura em que o papel continua a representar 65% das faturas emitidas.
“Apenas 45% das PME em Portugal dispõem de uma solução de faturação eletrónica. O mesmo relatório indica que o papel continua a representar 65% das faturas emitidas, enquanto 35% são processadas em formato PDF”, revelam as conclusões do estudo “Faturas em Papel e Eletrónicas”.
Este inquérito mostra ainda que “92% das empresas emitem faturas para o consumidor final e 65% para outras empresas, confirmando o peso das operações B2C [Business to Consumer] no tecido empresarial nacional”.
Para a Sovos Saphety, que trata transações para cerca de 50 mil empresas em Portugal, “esta realidade demonstra que a transição digital nas PME continua a enfrentar desafios significativos, tanto tecnológicos como culturais”, alertando que o “processo de digitalização fiscal é inevitável e que a obrigatoriedade de faturação eletrónica no setor público (B2G), que entra na sua fase final em 2026, será um ponto de viragem para o mercado português”.
A proposta do Orçamento do Estado para 2026 voltou a adiar a obrigatoriedade da faturação eletrónica. “Até 31 de dezembro de 2026 são aceites faturas em ficheiro PDF, sendo consideradas como faturas eletrónicas para todos os efeitos previstos na legislação fiscal”, pode ler-se no documento.
“A digitalização não é apenas uma exigência regulatória, é um fator de competitividade. A faturação eletrónica e a inteligência artificial permitem às empresas aumentar a eficiência, reduzir erros e tomar decisões baseadas em dados. É fundamental que as PME compreendam o potencial estratégico desta transformação”, afirma Rui Fontoura, managing director da Sovos Europa.
Os custos em torno da adoção da faturação eletrónica podem ser um dos motivos a justificar o adiamento desta aposta entre as empresas de menor dimensão. Ao EContas, Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), afirmou em junho que a “faturação eletrónica para as micro e PME vai, seguramente, obrigar ao investimento em novos softwares ou ao desenvolvimento dos que já existem, a gastos acrescidos com o suporte técnico e à formação dos colaboradores, de forma a respeitar os requisitos legais”.
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