Contributo de Portugal para a Agência Espacial Europeia sobe 51% Onde vai ser aplicado?

Objetivo é transformar subscrição em "mais contratos para empresas e centros de investigação, mais participação em consórcios europeus", diz Ricardo Conde, da Agência Espacial Portuguesa.

Portugal vai contribuir com 204,8 milhões de euros para o orçamento de 22,3 mil milhões de euros da Agência Espacial Europeia (ESA) para 2026-2030, no âmbito do Conselho Ministerial de 2025 (CM25), realizado na semana passada, em Bremen. Uma subida de 51% do contributo português, que é o maior de sempre.

“Esta decisão reforça o papel da ESA como instrumento central de capacitação e desenvolvimento do setor espacial em Portugal”, afirma Ricardo Conde. “O objetivo é transformar esta subscrição em oportunidades concretas: mais contratos para empresas e centros de investigação, mais participação em consórcios europeus e mais espaço para jovens qualificados que queiram trabalhar em projetos espaciais de grande escala”, diz o presidente da Agência Espacial Portuguesa, citado em comunicado.

O objetivo é transformar esta subscrição em oportunidades concretas: mais contratos para empresas e centros de investigação, mais participação em consórcios europeus e mais espaço para jovens qualificados que queiram trabalhar em projetos espaciais de grande escala.

Ricardo Conde

Presidente da Agência Espacial Portuguesa

“O maior reforço de sempre na participação de Portugal na ESA e acontece no ano em que se assinalam os 25 anos da adesão de Portugal à organização, sublinhando o compromisso do país com o futuro do espaço na Europa”, destaca.

O contributo português tem vindo a crescer, de cerca de 73 milhões de euros em 2016 para 102 milhões em 2019 e 115 milhões em 2022. Com os atuais 204,8 milhões de euros, trata-se de um aumento de 51% em valor real considerando as condições económicas de 2025.

Um contributo para o orçamento global da ESA, 22,3 mil milhões de euros, cerca de 99% do orçamento proposto pelo Diretor-Geral da ESA e acima dos 16,9 mil milhões de euros fixados em 2022.

Onde será aplicado o contributo português?

Do montante nacional, mais de 50% é financiado pelo Ministério da Educação e Inovação, mas há novos contributos, como é o caso da Defesa, com mais de 16%. Havendo também um contributo de 1,5% do Governo Regional, região que está apostada no desenvolvimento do Space Hub de Santa Maria.

Santa Maria será o local escolhido para a aterragem do Space Rider — veículo não tripulado europeu de baixa órbita — e irá acolher o futuro Space Hub. Este projeto irá receber 15 milhões e será para aí que será alocado o contributo do Governo Regional.

Os mais de 200 milhões de euros do contributo nacional também serão alocados para o programa European Resilience from Space (ERS) — “dando amplitude ao desenvolvimento de soluções e serviços espaciais nacionais, nomeadamente na Constelação do Atlântico” —; na “industrialização e novos serviços, incluindo tecnologias críticas, constelações cooperativas e novos desenvolvimento de sistemas para lançadores através do programa European Launcher Challenge (ELC)”.

Mas também será aplicado em áreas como gestão de tráfego espacial; e ciência e conhecimento, reforçando a investigação espacial nacional em domínios como medicina espacial, exploração espacial, astrobiologia, bio bancos e instrumentação para astronomia, destaca a Agência Espacial Portuguesa, em comunicado.

Reforço da “resiliência” a partir do espaço

Os 23 Estados-Membros, Estados Associados e Estados Cooperantes da ESA confirmaram o apoio a programas de ciência, exploração e tecnologia, bem como um “aumento significativo” do orçamento dos programas de aplicações da ESA — observação da Terra, navegação e telecomunicações —, “que passam a ter um peso reforçado enquanto pilares da iniciativa European Resilience from Space (ERS)”, a resposta europeia a necessidades críticas de segurança e resiliência, num momento em que estão a ser reforçadas as capacidades de defesa do Velho Continente.

“Esta é uma grande conquista para a Europa e um momento muito importante para a nossa autonomia e liderança em ciência e inovação”, afirma o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, com o pacote aprovado a representar “um aumento de 32% das contribuições, ou 17% em termos reais, face ao Conselho Ministerial de 2022”, destacou em comunicado.

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